24/08/2022
A raiva é uma zoonose transmitida por um vírus altamente letal tanto para o humanos como para os animais não humanos que causa alterações neurológicas severas e evolui para óbito em quase 100% dos casos. Continua sendo um grande problema de saúde pública mundial e todos os mamíferos (cães, gatos, morcegos, animais silvestres e outros) são suscetíveis e podem transmitir o vírus. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) 60 mil pessoas morrem anualmente desta doença no mundo, principalmente na Ásia e na África.
A transmissão ocorre quando partículas virais existentes na saliva do animal infectado penetram no organismo de pessoas e outros animais através da pele ou de mucosas, por meio de mordedura, arranhadura ou lambedura. Os riscos maiores são para médicos veterinários e outros indivíduos que têm contato próximo com animais, como pesquisadores em laboratórios e a campo, assim como protetores de animais.
As manifestações clínicas nos animais incluem dificuldade para engolir, salivação abundante, alteração no latido para cães, mudanças de comportamento, em especial agressividade e/ou paralisia. Nos morcegos, as mudanças de hábito podem ser percebidas pelo avistamento desses animais no chão durante o dia (o que não é habitual para animais de hábitos noturnos). Outros animais silvestres podem aparecer "mansos" e sociáveis com humanos, aceitando uma aproximação incomum.
Segundo o Boletim epidemiológico de raiva da Secretária Estadual da Saúde do Mato Grosso (2022), no Brasil, de 2010 a 2021 foram confirmados 40 casos de raiva humana, 9 casos envolvendo cães, 4 envolvendo gatos, 40 casos envolvendo morcegos; 4 em primatas não humanos e 2 em raposas. No ano de 2021, foram registrados no Brasil 661 casos de raiva em herbívoros, destes 642 em ruminantes.
A principal forma de prevenção à raiva é a vacinação anual dos animais e a conscientização sobre métodos de prevenção de mordeduras.
▪️Cuidados ao manipular animais desconhecidos, feridos ou doentes ou situações que possa haver conflitos (períodos de alimentação, briga entre os animais, fêmeas com filhotes);
▪️não entrar em grutas ou furnas e tocar e manipular morcegos (vivo ou morto);
▪️não manipular ou manter animais silvestres em cativeiro ou tirá-los de seu habitat natural.
Na ocorrência de acidentes, lavar bem a ferida e procurar um serviço de saúde para orientação.
Mantenha o animal em observação e impeça que ele tenha contato com outros animais e pessoas. Seja um tutor responsável e evite o acesso de cães à rua sem supervisão e mantenha os gatos domiciliados. Não negligencie os cuidados. Raiva mata e a prevenção é a melhor solução.