Sou madrinha do gato Meninão e tive o Brechó Beneficente das Gurias Gateiras por anos junto com a Andréa Martins. Isa Lamg cat sitter começa oficialmente em 2017. Proponho carinho, atenção e cuidados, interagindo com seu bichano e respeitando suas necessidades, vontades e particularidades. Visito onde ele mora e fico uma hora diariamente. Interajo na dinâmica que ele preferir. Mimos, brincadeiras
, afagos. Além dos cuidados tradicionais ao limpar potes, fonte e banheiro, renovando água e comida. Nesse período de pandemia agendamos uma conversa usando vídeo do Whatsapp. Assim nos conhecemos, eu conto mais sobre como trabalho e você me conta sobre os hábitos do seu peludo: manias, particularidades, necessidades. Quanto mais eu souber, melhor. Daí procuro deixá-lo o mais dentro da rotina enquanto você estiver fora. Quem sou? Sou Isabella Carnevalle, mãe de gatos apaixonantes - Sol, Menina, Gaia, Pequena, Goyatu e Guardião, que já partiram. Madrinha do gato Meninão -https://www.facebook.com/gatomeninao e tive por anos o Brechó beneficente das Gurias Gateiras, junto com a Andréa Martins. Também sou fotógrafa, artista visual e arte educadora apaixonada por fotografia. Como tudo começou? Foi quando eu ainda morava em São Paulo e convivia com amigos gateiros. Um deles, o artista visual Paulo, lá por 1999, 2000 - sou péssima em cronologias! -, depois de dias me sondando para adotar um bichinho - e eu achando que era muita responsabilidade -, apareceu em minha casa numa noite fria de inverno com uma gata já adulta. Ela havia sido abandonada no Museu de Imagem e Som - o MIS - fazia alguns dias e aquela noite em especial realmente fazia frio. Acho até que chovia. Dizendo para mim mesma que no dia seguinte procuraria um dono para ela, a recebi. Eu morava sozinha e lembro bem dos nossos primeiros momentos, em que ficamos as duas sentadas no corredor, nos olhando, e eu sem saber o que fazer - depois de ter providenciado água, claro. Não lembro como foi com a comida. Para encurtar, no dia seguinte comprei tudo o que ela precisava e seguimos juntas. A chamei de Sol - tinha uma pelagem linda misturando tons de laranja e cinza - e ela sempre dormiu comigo. Um pouco depois, não querendo que ela se sentisse sozinha, fui a um gatil e adotei a Menina, uma frajola que infelizmente ficou pouco tempo comigo. Viajei - ficando ausente por um mês -, e apesar de deixar amigos cuidando delas, como o apartamento não tinha telas nas janelas, ela fugiu enquanto eu estava fora. Doeu voltar e não encontrá-la. Adotei a Pequena um tempo depois, com a mesma proposta de fazer companhia para a Sol. Empolgada com a ideia de adotar um gato preto, cheguei no gatil e fui abordada logo de cara por outra frajola, que se roçava nas minhas pernas. Fui escolhida, fazer o que! Trouxe a Pequena para casa e assim ficamos até eu ela partir, com 19 anos. Mudei para Porto Alegre. Viemos nós três, de mala e cuia, numa viagem que durou dois dias de carro. Depois de alguns anos a Sol se foi e a enterrei no pé de uma linda árvore de flores rosas que tem na casa de minha mãe. No dia que ela partiu, lembro bem que momentos antes, ficamos um tempo nos olhando, quietinhas. Eu estava escrevendo na cama e ela sentada perto de mim. Parei de escrever e ficamos assim, em sintonia. Foi uma sensação muito forte de interação, de plenitude. Depois entendi que ela estava se despedindo...
Na sequência tive uma época movimentada de gatinhos passando pela minha vida, quando eram abandonados no portão de casa. Lá ia eu atrás de quem os adotasse, enquanto cuidava deles. Teve uma época que tive nove, e quase fui expulsa de casa!!! Um dia, enquanto fazia uma caminhada habitual, encontrei uma gata toda miúda, que passou a me acompanhar no trajeto de volta. Era a Menina, como a chamei. Ela estava grávida de três filhotinhos lindos e infelizmente morreu um dia depois deles nascerem. Os filhotinhos chamei de Gaia, Guardião e Goyatu - palavra pretensamente Kaingang para Rio Tranquilo - e fiquei com os três. Assumi-los tão pequeninhos e tão indefesos - um dia de vida! - foi intenso e desafiador, batalhando para que nenhum deles morresse. E era tudo novo para mim. Escolha de mamadeira, descobrir o leite que eles aceitassem, onde comprar, amamentar de três em três horas, estimular intestinos, enfim... Mas todos não só viveram como cresceram e eu acompanhei tudinho. Anos depois a Gaia infelizmente se foi, por uma precoce doença renal, deixando uma saudade enorme! Cuidei dela durante toda a doença, aplicando soro diariamente, entre outras coisas. Ela morreu nos meus braços e eu agradeço por isso. Foi duro. Sinto saudades até hoje...
Daí veio a calmaria, deixaram de abandonar gatinhos no meu portão e eu segui com meus dois filhotes Guardião e Goyatu e a Pequena. Três personalidades deliciosamente distintas. Até o dia em que no verão, depois de frequentar meu pátio atrás de comida, apareceu um dia o gato que eu chamava de Meninão. Um gatão lindo, cinza, abandonado nas férias de verão. Até então ele era muito bem cuidado para ser de rua. Nesse dia, quando eu terminava uma oficina de fotografia para crianças, ele surgiu com um ferimento horroroso na cabeça. Horroroso mesmo! Ele lá, completamente exausto e frágil, sentadinho cabisbaixo na cadeira no pátio, ao lado da porta. O pote de água dos meus bichanos cheio de sangue, tentativa do Meninão de beber água. Sorte que a oficina havia terminado e logo em seguida eu pude dar atenção à ele. Levei-o a uma clínica perto de casa para um atendimento emergencial e no dia seguinte cedinho o levei à Clinica do Forte. Detectado com FIV, foram oito meses internado com tratamento intenso e lento na clínica, até o dia que finalmente o ferimento cicatrizou e ele estava pronto para ser adotado. E foi! Hoje está no Rio de Janeiro, adotado por uma pessoa super carinhosa e querida que acompanhou a historia dele quase que desde o início. Até hoje trocamos mensagens e ela me manda fotos dele. O Meninão tem uma página no face e ainda hoje tem gente que cruza comigo e pergunta por ele. Esse gato fofo ficou famoso! Para bancar as despesas dele - duas cirurgias, internação por oito meses, medicações - comecei a fazer brechós. Logo de cara tive a ajuda da Andréa Martins, amiga super envolvida com a causa animal. Ela me ajudou em praticamente todos os brechós e quando a função do Meninão terminou, decidimos continuar com os brechós. Inauguramos o Brechó das Gurias Gateiras, que só parou por causa da pandemia. Revertíamos o dinheiro para cuidar de bichos que precisavam, em especial os gatos. Nosso foco principal era castrar gatos de rua. São muitos os abandonados e buscar adoções não é o suficiente. E claro, com todo esse meu envolvimento, quando uma amiga ou conhecida precisava, eu cuidava dos gatos delas enquanto estavam fora. E aí começou mais essa porção gateira. O de Cat Sitter. E aqui estou...