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EQX Centro de Ortopedia Equina A EQX é uma equipe de médicos veterinários com ampla experiência na área de medicina esportiva,
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A administração de medicamentos, terapias biológicas ou anestésicos intra-articulares é comumente realizada na rotina te...
15/08/2024

A administração de medicamentos, terapias biológicas ou anestésicos intra-articulares é comumente realizada na rotina terapêutica e diagnóstica em Ortopedia Equina. Porém, existem alguns riscos nesses procedimentos.

As complicações mais comuns após as injeções são: artrite séptica, sinovite asséptica aguda (também conhecida como “flare” articular) e celulite periarticular.

Arraste para o lado para um breve guia de diferenciação dessas 3 complicações!

08/08/2024
Em cavalos de esporte, toda assimetria está relacionada a uma claudicação? Arraste para o lado e confira!               ...
05/08/2024

Em cavalos de esporte, toda assimetria está relacionada a uma claudicação? Arraste para o lado e confira!

Atenção constante e necessária, independente da modalidade esportiva! No inverno, cavalos bebem menos água, e isso pode ...
04/07/2024

Atenção constante e necessária, independente da modalidade esportiva! No inverno, cavalos bebem menos água, e isso pode ser um fator de risco. Na dieta dos cavalos, existem 6 nutrientes: carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e água. Todos são nutrientes essenciais, mas a água é quem está no topo da pirâmide.

Os cavalos podem sobreviver por quase um mês sem comida, mas sem água, nas primeiras 48 horas já têm sinais de impactação intestinal e cólicas, e não vivem mais de 5 dias sem beber água.

Atletas precisam estar bem hidratados, para que seu metabolismo tenha alto rendimento, que a musculatura trabalhe com perfeita circulação sanguínea, e que o fígado e os rins possam metabolizar com excelência os metabólitos gerados com o exercício.

Mesmo quando não estão suando e trabalhando, os cavalos necessitam da água para prevenir impactações no trato gastrointestinal. Quando a temperatura do ambiente cai, os cavalos naturalmente tendem a consumir menos água. Por isso, deve-se otimizar o manejo para certificar que os atletas consumam a quantidade suficiente.

🌟 1. Em geral, cavalos de 500 kg em treinamento, consomem aproximadamente de 20 a 55 litros de água por dia. Cavalos que estão no pasto, além de consumir água em bebedouros, consomem no próprio capim, que pode chegar a ter 80% de água em sua composição. Já os animais estabulados, que recebem feno na baia, necessitam maior volume de água a ser oferecida nos cochos.

🌟 2. A temperatura da água também influencia o consumo diário. Há muita discussão quanto a temperatura favorita para os cavalos, mas sabemos que eles têm mais acesso quando está entre 4ºC e 15ºC. Se a água estiver muito gelada, ou muito quente, não é bem aceita por eles. Em países onde o inverno é muito rigoroso, aquecedores são utilizados nos encanamentos para aquecer a água e assim aumentar a ingestão pelos animais.

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Desregulação insulinêmica | Parte 2 | Te**es diagnósticos. Cavalos, pôneis ou muares podem ser submetidos a te**es labor...
26/06/2024

Desregulação insulinêmica | Parte 2 | Te**es diagnósticos. Cavalos, pôneis ou muares podem ser submetidos a te**es laboratoriais para diagnóstico mais preciso, arraste para o lado e confira!

Recentemente, muito tem sido descoberto e aprendido para entender melhor uma das condições clínicas mais debilitantes pa...
20/06/2024

Recentemente, muito tem sido descoberto e aprendido para entender melhor uma das condições clínicas mais debilitantes para os equinos, que conhecemos como Laminite, que é considerada uma síndrome clínica associada a uma doença sistêmica (com origem endócrina, séptica ou inflamatória) ou a alterações isquêmicas, devido à sobrecarga de um membro.

Historicamente, a Laminite clássica estava associada à Síndrome de Resposta Inflamatória Sistêmica (em inglês, SIRS), muitas vezes, relacionada à sobrecarga gastrointestinal por carboidratos. No entanto, agora já se reconhece que 90% dos casos de Laminites são causados por distúrbios hormonais, envolvendo altos níveis insulinêmicos (Hiperinsulinemia). Mais recentemente, estudos de Laminites Endocrinopáticas espontâneas e modelos hiperinsulinêmicos mudaram de forma marcante a percepção geral da síndrome, o que garantiu uma reavaliação do manejo clínico e direcionou novos estudos sobre o tema.

Os modelos hiperinsulinêmicos têm demonstrado que moderada hiperglicemia e hiperinsulinemia endógenas são capazes de induzir lesões lamelares, mas não necessariamente com uma condição de dor.

Enquanto doenças associadas a SIRS são de aparecimento abrupto e, frequentemente, severas, as doenças endócrinas são tipicamente crônicas, com uma fase subclínica potencialmente prolongada. No entanto, a exploração histológica da região lamelar nos dois cenários revelou um espectro relativamente conservador das lesões, possivelmente refletindo a plasticidade funcional limitada desse tecido altamente especializado, que são os tecidos lamelares da cápsula do casco.

Laminites Endocrinopáticas, diferentemente das associadas a SIRS, se caracterizam por mínima inflamação histologicamente observável, tanto na forma de Laminite natural (crônica), quanto induzida experimentalmente (aguda), mesmo com ocorrência de ruptura lamelar. No entanto, o maior acúmulo de leucócitos observado no tecido lamelar é notado na fase de Laminite induzida por sobrecarga de carboidratos que precede e atinge o ápice com o estresse nas células epiteliais em sincronia com o início da claudicação, indicando uma diferença-chave na patofisiologia. Com isso, o termo “Laminopatia” tem sido mais apropriado para descrever as alterações morfológicas para Laminites Endocrinopáticas.

O mais encorajador, com todas essas informações, é observar que as Laminites com origem endocrinopática possuem um estágio “pré-clínico” prolongado (onde o processo já está acontecendo, mas os sinais clínicos ainda não apareceram). Isso nos dá uma janela de oportunidade para interferir no manejo, dieta, tratamentos, exercícios, etc, reconhecendo precocemente os casos específicos e aumentando o bem-estar dos animais.

As cartilagens alares (também chamadas de cartilagens ungulares e, em inglês, side bones) estão inseridas distalmente no...
06/06/2024

As cartilagens alares (também chamadas de cartilagens ungulares e, em inglês, side bones) estão inseridas distalmente no processo palmar da terceira falange (medial e lateralmente), e se estendem tanto proximalmente quanto na direção do dorso palmar/plantar, dentro do casco até logo acima da coroa. As ossificações se originam na base das cartilagens alares e seguem proximalmente, em um ou mais centros de ossificação.

Essas cartilagens provêm apoio ao aspecto palmar/plantar do casco, dissipam as forças do impacto do casco com o solo e são envolvidas com o retorno venoso do dígito. A ossificação diminui a capacidade de dissipação de energia das cartilagens. Geralmente, a ossificação lateral é mais extensa que a medial. A base das cartilagens passa por remodelamentos durante toda a vida do animal, refletindo a concentração focal das forças.

Um sistema de graduação da ossificação é utilizado com base em radiografias dorso-palmares e graduam a ossificação entre graus:

• 0 – ausência de ossificação;
• Grau 1 – ossificação até o nível da margem lateral ou medial da articulação interfalangeana distal;
• Grau 2 – ossificação até o nível médio sagital da articulação interfalangeana distal;
• Grau 3 – ossificação até o aspecto mais proximal do osso navicular;
• Grau 4 – ossificação até o ponto médio da segunda falange;
• Grau 5 – ossificação proximal ao ponto médio da segunda falange.

O posicionamento radiográfico oblíquo flexionado pode ser muito útil para verificação das ossificações das cartilagens alares e seus centros de ossificação e possíveis fraturas.

Complicações e patologias que podem envolver as cartilagens ungulares ossificadas podem envolver fraturas das ossificações, trauma na base da cartilagem ossificada e algumas patologias da falange distal. Geralmente, as ossificações que potencialmente podem apresentar significado clínico são as de grau 4 e 5.

Os ligamentos colaterais da articulação interfalangeana distal dão suporte à articulação nos planos frontal, sagital e transversal. O ligamento colateral medial está colocado sob tensão particular pela rotação externa da articulação interfalangeana distal, criada pela rápida desaceleração da lateral do casco, que aterrissa antes no solo.

Desmopatias dos ligamentos colaterais tem sido reconhecidas como importantes causas de claudicações distais. Estudos realizados na Inglaterra, com mais de 400 animais, com desmopatias de ligamentos colaterais da articulação interfalangeana distal, demonstraram que há uma correlação entre animais com ossificações grau 4 e 5 com esta patologia.

Pesquisadores concluíram que a capacidade reduzida de dissipação de energia pelas cartilagens ossificadas pode ser um fator predisponente para lesões. Também existe um componente anatômico, pois, a superfície axial das cartilagens com extensas ossificações ou a localização de fraturas podem promover abrasão na porção abaxial dos ligamentos colaterais, durante flexão e extensão da articulação interfalangeana distal.

Em alguns casos, o aspecto dorsal da cartilagem pode se fusionar com o ligamento colateral do mesmo lado, permitindo a transmissão direta da força da cartilagem ao ligamento, potencialmente predispondo as lesões.

Fatores genéticos estão envolvidos no aparecimento de animais com ossificação de cartilagem, além de fatores como sobrepeso e a biomecânica do movimento do animal, envolvendo má distribuição do impacto. O formato do casco, ou casqueamento inadequado, também podem influenciar a ossificação, pela retração e colapso de bulbos. Achados das ossificações em altos graus também podem ter relevância em exames radiológicos de pré-compra.

A Síndrome Podotroclear é uma das patologias mais frequentes em cavalos atletas, repleta de peculiaridades e complexidad...
29/05/2024

A Síndrome Podotroclear é uma das patologias mais frequentes em cavalos atletas, repleta de peculiaridades e complexidades. Trazemos aqui alguns pontos importantes para um melhor diagnóstico e escolha da terapia. Arraste para o lado e confira!

Um subproduto da indústria de açúcar, a polpa de beterraba (em inglês: “beet pulp”) é o que resta após o açúcar ter sido...
24/05/2024

Um subproduto da indústria de açúcar, a polpa de beterraba (em inglês: “beet pulp”) é o que resta após o açúcar ter sido extraído. Trata-se da beterraba “açucareira” (beterraba branca), produzida em países de clima temperado, onde a extração do açúcar não é feita a partir da cana de açúcar. Após ser retirado o açúcar, a polpa então é desidratada e comercializada. A polpa de beterraba pura contém pouquíssimo açúcar além de poucas calorias. É conhecida como uma “super fibra” na alimentação animal por sua alta digestibilidade (80%), maior até que alguns tipos de feno.

É importante salientar que não se trata de um substituto da ração para os cavalos, mas sim uma fonte adicional de fibras. Ela é considerada também uma fonte de energia segura e de queima lenta (ao invés das fontes de energia rápidas como as encontradas em grãos e cereais). Isso se deve ao fato da microbiota intestinal ter facilidade em converter a fibra da polpa de beterraba em importantes Ácidos Graxos Voláteis (AGV) que, por sua vez, são absorvidos e convertidos em energia, a ser utilizada pelos cavalos.

É também por esse motivo que a polpa de beterraba é considerada um “prebiótico”, pois ajuda a alimentar as bactérias que digerem fibras no intestino grosso dos cavalos. Um microbioma robusto e em bom funcionamento contribui para a saúde do cavalo de forma geral.

Qualquer cavalo pode ser beneficiado pela adição de polpa de beterraba na dieta, mas é especialmente recomendado para animais com condições específicas, como os “insulino-resistentes”, pois não causa uma resposta glicêmica (pico glicêmico) ao ser digerida. Também é indicada para cavalos que sofrem de Rabdomiólolise por Esforço Recorrente (RER) ou Miopatia por armazenamento de polissacarídeos (PSSM tipo 1), que geralmente são beneficiados por dietas com baixo teor de amido. Animais propensos a laminites e outras condições metabólicas incapacitantes também se beneficiam da dieta rica em fibras. Apesar de ter baixo índice de carboidratos (NSC entre 8 e 12%), pode auxiliar no ganho de peso de alguns animais através da energia que é liberada pela fermentação intestinal.

A polpa de beterraba não é um alimento completo, tendo baixos teores de proteínas (em média de 8 a 10%), gorduras (menos que 1%) vitaminas e minerais. A relação Cálcio/Fósforo também não é a ideal para os cavalos. Por esses motivos, a dieta precisa estar balanceada. Idealmente, a polpa de beterraba incorporada nos pellets em uma formulação de ração comercial pode ser a forma mais indicada.

O consumo de fibras aumenta o consumo de água pelo animal. Com isso, a ingestão de polpa de beterraba cria um “tanque de retenção” de água e eletrólitos no intestino grosso. Isso pode ajudar a prevenir desidratação e depleção de eletrólitos durante uma sessão de exercícios.

A transição para dietas contendo polpa de beterraba deve ser feita de forma gradual, para adaptação das bactérias do intestino grosso, minimizando os riscos de cólicas ou quaisquer outros problemas digestivos.

É bastante comum observarmos discretas assimetrias entre os cascos de um mesmo cavalo. Mas quando um casco difere dramat...
21/05/2024

É bastante comum observarmos discretas assimetrias entre os cascos de um mesmo cavalo. Mas quando um casco difere dramaticamente do outro, especialmente entre os dois cascos anteriores, esta disparidade pode ser atribuída ao club foot, onde um dos cascos é ‘encastelado’, com talões colapsados e contraídos (que, em alguns casos, não encostam no solo), e parede dorsal remodelada (algumas vezes com uma concavidade, outras vezes com anéis no estojo córneo, ou ambos). Estima-se que entre 5 e 20% da população de equinos pode apresentar essa conformação em um dos cascos.

O club foot é considerado uma deformidade flexural, onde há a contratura do tendão digital flexor profundo que, por ter sua inserção no bordo solear da terceira falange, provoca uma flexão da articulação interfalangeana distal. Essa contratura pode ser congênita (ao nascer) ou adquirida (tanto durante a fase de crescimento ou desenvolvimento; quanto depois de adultos, em casos de lesões muito importantes no tendão flexor profundo). Geralmente, acomete um casco do membro anterior, mas pode aparecer nos dois membros e em membros posteriores.

Os sinais, geralmente, aparecem por volta dos 2 a 4 meses de idade e devem ser diagnosticados e manejados desde cedo, para um melhor futuro esportivo do animal. Existem fortes indícios que existe uma herdabilidade genética desse quadro, mas não existem raças específicas mais predispostas. Alguns autores citam que há mais incidência em cavalos árabes e ibéricos.

Existem graus de severidade, que variam entre 1 e 4. Normalmente, cavalos com graus 1 e 2 apresentam, quando adultos, cascos ‘encastelados’, com talões altos e, aparentemente, sem alterações.

É comum encontrarmos cascos de membros anteriores com ângulo positivo, ou seja, discreta flexão da articulação interfalangeana distal. É ‘comum’, mas isso não significa que seja ‘normal’. A biomecânica desses cascos é afetada por essa mudança angular e pode causar sobrecargas de tecidos moles (especialmente no aparato suspensor), além dos animais poderem apresentar mecânica da recepção do casco no solo iniciando com a pinça, ao invés do talão.

Casos com graus 3 e 4 podem apresentar remodelamento do bordo dorsal da terceira falange, abaulamento da parede dorsal do casco e, em alguns casos, inabilidade de encostar os talões no solo (principalmente em potros). O manejo com correto casqueamento (enquanto jovens), além das demais terapias possíveis para o tratamento da deformidade flexural (manejo nutricional, controle de desenvolvimento, exercícios controlados, entre outros) é fundamental para que o animal possa se desenvolver para exercer sua carreira atlética.

Cuidados depois de adulto, com casqueamento (sempre com o objetivo de posicionar a terceira falange com uniformidade da espessura de sola) e ferrageamento adequados, a cada 4 semanas, farão com que esses animais tenham maiores possibilidades de sucesso em performance.

Sabemos que o casco é o ponto de contato do cavalo com o solo, e a biomecânica dessa interação vai ditar os efeitos fisi...
16/05/2024

Sabemos que o casco é o ponto de contato do cavalo com o solo, e a biomecânica dessa interação vai ditar os efeitos fisiológicos do movimento em cada animal. Veterinários e ferradores podem não mudar a conformação dos cascos, especialmente a partir do ponto de fechamento das placas epifisárias, mas o que podem fazer é facilitar uma interação mais equilibrada com o solo, avaliando o indivíduo e casqueando e ferrando corretamente. A maior parte das distorções de cascos é causada por má conformação e carga exercida assimetricamente ao eixo ósseo. Devemos reconhecer os desequilíbrios e procurar reestabelecer a eficiência estática e dinâmica. Para isso, o entendimento das fases do movimento é fundamental.

O casqueamento e ferrageamento podem afetar a biomecânica em cada estágio da posição do casco no solo, com suas intervenções. Pesquisadores já demonstraram que pequenos desequilíbrios nos cascos podem causar mudanças no desenvolvimento muscular e tensão nas porções superiores do corpo do cavalo e interferências no ferrageamento possuem um significante efeito na locomoção. Manter o equilíbrio dos cascos é um dos fatores mais importantes para manter a boa performance, a longo prazo, nos cavalos de esporte.

Sabe-se que o equilíbrio dos cascos afeta as cargas que são exercidas sobre eles na fase de apoio. A fase de apoio (em inglês “stance phase”) é onde o cavalo apresenta o casco em contato com o solo, e é o oposto da fase de voo (“swing phase”), que é quando o casco se encontra no ar.

O equilíbrio do casco vai afetar a carga em todas as fases do apoio. O casqueamento e ferrageamento possuem pouca influência na fase de voo (que é basicamente ditada pelas assimetrias das superfícies articulares e tensões das musculaturas proximais), porém desempenham um papel importante na interação entre o casco e o solo desde o primeiro impacto até o ponto de quebra (“break over”).

O membro suporta a carga durante a fase de apoio, mas existem diferentes demandas, que mudam desde o período que o casco toca o solo, até a sua saída. Os estágios da fase de apoio são:

1. Impacto Primário: associado a alta desaceleração e baixas forças quando o casco toca o solo, e rapidamente desacelera até velocidade zero. Essa colisão transmite ondas de choque (vibrações) através do casco e estruturas adjacentes, que são fortemente amortecidos pelos tecidos moles do casco. A magnitude de desaceleração e a energia durante essa fase são extremamente sensíveis à velocidade do cavalo, dureza vertical da superfície e capacidade de amortecimento; com isso, entendemos que existem diferenças relacionadas ao esporte nas características do primeiro impacto.

2. Impacto Secundário: caracterizado por altas forças e mínima desaceleração, onde o corpo empurra o membro para frente, forçando o casco a deslizar na superfície antes de parar (slide). Um deslizamento pequeno é considerado benéfico por auxiliar a diminuir as forças durante a desaceleração. Porém o deslizamento excessivo pode forçar os músculos flexores digitais a uma contração concêntrica rápida e imprevisível, predispondo a lesões.

3. Fase de Midstance (meio do apoio): essa fase se sobrepõe ao impacto secundário e se estende até os talões desencostarem do solo. Nesta fase, o membro vai experienciar o pico das cargas verticais e a transição entre a freada e a propulsão, e o centro da massa do animal começa a acelerar para frente.

4. Fase de Break Over: ocorre quando o casco levanta os talões do solo, durante a fase posterior da propulsão. As forças verticais e horizontais caem em direção a zero, e o membro é gradualmente descarregado. Esta fase é muito importante, na medida em que alterar sua duração, afetando fortemente a cinemática do membro durante o movimento da fase de VOO que, por sua vez, afeta a próxima fase de APOIO.

O entendimento das fases do movimento é de extrema importância para guiar as ações no casqueamento e ferrageamento da rotina dos animais de esporte.

Seguindo o tema do post anterior, tendo como foco as articulações e patologias relacionadas à cabeça dos cavalos, aborda...
09/05/2024

Seguindo o tema do post anterior, tendo como foco as articulações e patologias relacionadas à cabeça dos cavalos, abordamos hoje um equipamento de uso em praticamente todos os esportes equestres: as cabeçadas, que possuem papel histórico, desde a domesticação dos animais até o uso na atualidade e combinam otimização da sua função, com o melhor design, para garantir o bem-estar.

Para nós, veterinários, é fundamental sabermos os principais pontos em que a cabeçada pode oferecer risco, produzir maior pressão e ser uma eventual causa de dor e queda de performance nos atletas.

A região da nuca pode ser a primeira área de potencial desconforto, pois, justamente onde se coloca a cabeçada, existem diversas estruturas anatômicas de grande relevância. A inserção do ligamento nucal na crista nucal; a existência de grande inervação, muitas vezes, bastante superficial (por exemplo, nervos que inervam a pele, ramos do nervo trigêmeo, nervo facial, nervo glossofaríngeo), podem ser afetados pela pressão do equipamento.

Em um trabalho publicado na Inglaterra, em 2015, foi demonstrado que um dos locais de maior pressão que a cabeçada exerce é imediatamente ventral à base da orelha, sobrejacente às glândulas parótidas e aos ramos do nervo facial. Nessa área, também localiza-se a inserção dos músculos flexores do crânio. O posicionamento da cabeça pode variar de acordo com a modalidade esportiva, assim como o desenvolvimento da musculatura nessa região.

A região da mandíbula é outra que merece atenção e, primeiramente, devemos compreender que a mandíbula superior é mais larga que a inferior e que o movimento de mastigação dos cavalos é de excursão lateral.

Isso significa que, com a pressão da focinheira (em inglês: noseband), dependendo de quão apertada ela esteja, pode haver pressão excessiva em locais determinados pela excursão natural da mandíbula, ferindo a mucosa interna da boca.

A região infraorbital possui dois forames, também chamados de infraorbitais e, através deles, saem os nervos com mesmo nome. Esses nervos possuem importante função sensorial da face, assim como a inervação da musculatura dessa região. Compressão direta nos nervos infraorbitais podem causar dormência, dor ou até dessensibilização de parte do nervo.

Os ossos nasais são frágeis e algumas focinheiras são posicionadas, justamente, sobre esses ossos, podendo até causar fraturas por estresse. Focinheiras que se posicionam logo acima das narinas e, se muito apertadas, são potenciais causadoras de dor e desconforto.

Estudos demonstraram que existe influência entre pressão excessiva na região da nuca e também na região dos ossos nasais, com interferência, por exemplo, na flexão do carpo e tarso, e também na protração dos membros anteriores. Essas informações podem ser extrapoladas ao uso do cabresto, no cabresteamento de potros e nos animais que ‘estiram quando amarrados com cabresto’ e possam ter consequências desse comportamento.

Muitas vezes, a mudança do design das cabeçadas; de partes importantes do equipamento, como citadas neste post e seu ajuste adequado, sem compressão de nervos superficiais, pode fazer com que os cavalos treinem com mais bem-estar e, com isso, sejam capazes de potencializar sua performance.

A articulação temporomandibular (ATM), assim como qualquer outra articulação do corpo dos cavalos, pode ser causadora de...
07/05/2024

A articulação temporomandibular (ATM), assim como qualquer outra articulação do corpo dos cavalos, pode ser causadora de dor. Especialmente porque os cavalos passam grande parte do seu dia mastigando e pastando, a disfunção dessa articulação pode afetar negativamente sua saúde.

Anormalidades na cavidade oral, como má oclusão dental causada por desalinhamento dos dentes, podem gerar forças anormais sobre a articulação temporomandibular, despertando inflamação e, em alguns casos, degeneração. Similar ao que ocorre num animal com má conformação dos membros, sob treinamento intenso, também haverá maior probabilidade de inflamação e degeneração articular.

Animais que ficam por um período muito longo sem que seja feita avaliação odontológica e ajustes oclusais (que devem ser realizados por um dentista, numa rotina anual) podem apresentar alterações na ATM.

Em humanos, disfunções na ATM afetam, aproximadamente, 12% da população, e também são reconhecidas e valorizadas em outras espécies como cães e gatos. Anatomicamente, a articulação temporomandibular é reconhecida bilateralmente na cabeça pelos ossos da mandíbula (em cima) e maxila (embaixo), com um disco de cartilagem entre esses dois ossos.

Alguns sinais de anormalidades nessa articulação incluem problemas de mastigação (animais que deixam cair alimento enquanto mastigam), diminuição progressiva na velocidade de mastigação (animais que não tem esse hábito e progressivamente aumentam o tempo para comer a ração, assim como o feno), animais com cabeça inclinada, com reações à embocadura, reação à manipulação da face nessa região (na escovação, colocação do cabresto ou cabeçada), entre outros.

O diagnóstico se faz através do exame clínico (histórico, palpação e observação local), e confirmado por estudos radiológicos e ultrassonográficos. Os cavalos afetados por artropatias nessa região podem também se apresentar irritados, e até agressivos, principalmente reagindo à manipulação da boca e cabeça.

Existem técnicas específicas para aquisição de imagem radiográfica que defina os limites articulares, para melhor visualização das articulações e um diagnóstico preciso. A técnica ultrassonográfica é de grande valia para avaliação do disco cartilaginoso, que pode apresentar patologias e degenerações. A comparação entre as articulações dos dois lados da cabeça auxilia no diagnóstico. Devem ser realizados diagnósticos diferenciais com as patologias da cavidade oral.

Assim como outras artropatias, o tratamento pode consistir em infiltrações articulares (que podem ser guiadas por ultrassom), tratamentos sistêmicos com condroprotetores, bifosfonatos, pentosanos, entre outros. Se a inflamação da articulação temporomandibular tiver uma causa primária na cavidade oral, causando a má oclusão (como fraturas dentais, fístulas, etc), é indispensável que esses problemas sejam devidamente tratados, por um dentista especializado, fazendo com que a sobrecarga da ATM seja reduzida.

O prognóstico varia de acordo com a severidade das lesões, tratamento das causas primárias e resposta individual às terapias utilizadas. Muito importante é que o diagnóstico seja precoce, para que as alterações possam ser tratadas o quanto antes, para melhor resposta clínica.

O que seria uma ração com baixo teor de amido? Atualmente, é permitido descrever uma ração como com baixo teor de amido ...
02/05/2024

O que seria uma ração com baixo teor de amido? Atualmente, é permitido descrever uma ração como com baixo teor de amido sem precisar defini-la com exatidão. Devido ao uso indiscriminado da terminologia, deverá surgir uma legislação que designe claramente quais alimentos podem ser classificados como com baixo teor de amido.

Uma ração com baixo teor de amido não contém uma alta concentração de grãos de cereais. Se houver poucos grãos na ração, então alguma outra fonte energia deverá fornecer calorias. É aqui que as fibras e a gordura entram em ação. Essa relação pode ser útil ao tentar entender a formulação da ração: quanto menor o amido, maior a fibra e a gordura (Extrato Etéreo).

Outro número frequentemente mencionado como indicador de amido e açúcar são os carboidratos não estruturais (NSC). Os indicadores aproximados dos níveis de amido podem ser os seguintes:

Alto, NSC > 35%;
Relativamente baixo, NSC = 35-20%;
Baixo, NSC < 20%

Os ingredientes utilizados como fonte de fibra podem ser: casca de soja, polpa de beterraba e farinha de alfafa. O farelo de arroz é um ingrediente rico em gordura e fibra, encontrado em muitos alimentos com baixo teor de amido. No Brasil, as rações para animais de alta performance com alta inclusão de amido apresentam em torno de 27%, enquanto a ração de menor inclusão de amido do mercado apresenta 14,5%. É recomendável que o amido seja limitado a um máximo de 2g ou menos por quilo de peso corporal (Peso Vivo - PV) por dia. E 1g ou menos por quilo de peso corporal por refeição. Para animais com gastrite ou úlceras gástricas, a recomendação é que seja menor que 1g amido / kg PV e para animais com Desregulação Insulinêmica recomenda-se 0,3g de amido / kg PV.

Por exemplo, um animal saudável de 600kg que consome uma ração com 25% de amido (teor moderado) que come 2kg de ração por refeição 2 vezes ao dia, estará comendo 600 gramas de amido por refeição (1.200 gramas por dia) e está dentro das recomendações (que para um animal saudável seria até 2400 gramas de amido por dia).

Rações com baixo teor de amido não são apropriadas para todos os cavalos. Alguns cavalos não conseguem manter o peso quando alimentados com essa dieta e precisam do vigor extra fornecido pelos amidos. Outros cavalos podem manter o peso adequadamente, mas não têm energia quando exigidos em treinamento. Além disso, as matérias-primas utilizadas na produção de rações comerciais com alto teor de fibras e gordura são mais caras do que grãos comuns, justamente por serem incrementadas com óleos, fibras específicas e os grãos que passam por processamentos tecnificados.

Entender a condição e necessidade individual do cavalo é fundamental para a escolha correta da ração. Independente do modismo e indicação indiscriminada de rações com baixo teor de amido, é necessário compreender quais cavalos terão reais benefícios com essas dietas.

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