23/11/2018
A vós, IRADOS e IRADAS, me dirijo.
Poucos são os que me conhecem pessoalmente, muitos poucos.
São esses muito poucos que sabem realmente quem sou, o que faço, o que quero.
São os mesmos que sabem que, quando quero, consigo.
Tenho animais de companhia, cães e gatos. Adoro animais! E não só...
Conto com 5 anos de voluntariado na Associação Amigos do Hospital de Santa Maria (Serviço de Internamento do 5º piso), 5 anos na Comunidade Vida e Paz (Equipa B de distribuição de rua) e 1 ano nos Bombeiros Voluntários Lisbonenses (E.M. e C.I.).
Quem tiver dúvidas, sabem onde se dirigir para certificarem-se da veracidade do que estou e irei escrever.
São 11 anos da minha vida dedicado ao bem-estar e segurança das pessoas. F**a aqui esclarecido o pormenor de alguns comentários do género: "Deviam era ajudar as pessoas!".
Em 2016 seria a altura de me debruçar para os animais. Não escolhi o momento, foram as circunstâncias. Uma cadela muito meiga, perdida na rua. Trouxe a menina para o meu escritório e, entre colegas, arranjei adoptante.
Pouco tempo depois a Kira.
Esta cadela é que veio "lixar" tudo.
Foi através da Kira que descobri que existiam muitas pessoas capazes das maiores atrocidades contra e através dos animais.
Foi através da Kira que conheci muita gente que manipula a causa animal, protectores, associações, clínicas, carreiras, vidas pessoais... tudo por dinheiro ou protagonismo.
Tentaram comigo...mas conheceram o verdadeiro mete-nojo.
Arrogante, besta, não aceita menos do que quer.
Perguntem aos meus amigos, aos meus colegas de equipa...ninguém me suporta.
E quando uma suposta "protectora dos animais" influente me diz: "Tens de fazer assim, escrever assado. Não podes publicar não-sei-o-quê!" é natural que a minha resposta seja algo do género como "Epa, vai para o car*lho!".
Descobri que não podem contrariar as "protectoras mais antigas", desafiarem as "associações mais conhecidas", ir contra as "regras" ou fazer diferente.
Não podem, excepto se forem um mete-nojo como eu!
Não só as contrariei, como desafiei, quebrei as regras e fiz diferente.
"Eish....no que é que me fui meter!" pensava...
As chatices, os incómodos, as tentativas de me perturbarem e sabotarem, as insinuações de ligações à extrema-direita, a seguir é o tráfico de droga, ligado a crimes violentos inerentes à segurança privada, a exposição da minha vida pessoal com fotos, dados pessoais, vale de tudo quando se metem com estas "gajas" e....com o seu negócio.
Tentaram rebaixar-me, incriminar-me, humilhar-me.
Queriam que isto acabasse!
Eu não deixei.
Tenho bons amigos, de longa data, de confiança. Alguns abandonaram este projecto e tenho saudades deles, muitas.
Outros embarcaram com um espírito mais motivado. São os "fresquinhos". Juram defender os animais mas choram baba e ranho quando entram num canil municipal e batem de frente com a realidade.
"Ainda queres ajudar os animais?"
Por vezes perguntam-me se vale a pena isto tudo.
Por vezes eu próprio me questiono.
Estou a enfrentar pessoas com muito dinheiro, a enfrentar organizações com muitos contactos, muitas influências e sem escrúpulos.
"Porque raio te achas invencível?"
Não sou. Sei que não sou invencível.
Sei que não sou invencível quando me meto pelo acampamento dentro com a minha equipa. Sei que não sou invencível quando me tentam quebrar psicologicamente, ameaçar com aquilo que mais amo ou estimo, quando tentam fazer de mim o cabecilha de um grupo terrorista e repetem, incessantemente, em todos os meios de comunicação social.
A única invencibilidade que tenho é para com a minha honra e lealdade. Qual incorruptível, não cedi e não vou ceder.
Tenho um bom emprego, calmo e bem remunerado. Consigo conjugá-lo com a gestão das equipas e com as acções de resgate.
Jamais iria sobrecarregar-me financeiramente com a dimensão deste projecto, então tive a ideia de o financiar com o merchandising. Não quero que ninguém me dê dinheiro a troco de nada, ganho mais do que o suficiente para ir jantar ou almoçar fora sempre que queira. Comprar um presente para mim ou para quem mais gosto. Ir viajar ou simplesmente passear no fim-de-semana.
Estava de férias no Algarve quando vi a notícia de Pedrógão Grande. Nesse mesmo dia, à meia-noite, estava a fazer o check-out do hotel e rumei em direcção a Lisboa para me reunir com os meus amigos.
Vi animais feridos, queimados, vi animais mortos e as condições em que os veterinários da ANAFS trabalhavam.
"Isto não é nada. Que m***a de país é este que não tem uma brigada de defesa animal para situações como esta?"
A minha cabeça veio de lá feita num caco.
"Pessoal, precisamos de um autocarro"....eles riam-se e riam-se..."Deixa de ser parvo! Queres um autocarro para quê?"
"Parvo?....Quero a m***a dum autocarro! Onde é que tu ias meter uma equipa de veterinários a tratar os animais em condições? No teu carro? Numa carrinha?...é um autocarro e não menos do que isso!"
"Este gajo inalou demasiado fumo..."
É um autocarro,malta.
Se o Estado ou as autoridades irão permitir que ele actue nas situações de catástrofes ou calamidade? Não vos sei responder. Mas Portugal irá dispor de um autocarro TOTALMENTE EQUIPADO para socorro aos animais em todo o país, sempre que necessário. Depois caberá às autoridades impedi-lo ou deixá-lo funcionar.
Isto da TVI foi um choque. Esperado, mas um choque.
Já me tinham contado a marosca que estavam a preparar-nos.
Fiquei a conhecer um pouco melhor a causa animal. Ela não é feita apenas de pessoas que maltratam os animais e aqueles que os defendem.
Ela é feita de interesses. De negócios. De amizades.
Os meus amigos em pânico, a minha família preocupada, os meus colegas de trabalho a dizerem "Agora são estrelas de televisão" ou "Afinal és do Sporting e andavas aqui a enganar o pessoal".
Essa do Terrorista não é nova, a minha mãe já me chamava isso quando eu era miúdo. Agora Sportinguista?
Talvez eu me esteja a perder nesta missão. A minha ambição é enorme e receio que a minha arrogância cresça com ela. Quero um autocarro, quero um hospital, quero um santuário, quero uma organização estruturada, capacitada e disciplinada para meter PORTUGAL no topo do cumprimento e ética para com os animais. TODOS ELES!
Com a ajuda das polícias, com a ajuda dos donativos, com a ajuda do São Francisco de Assis....seja lá como e contra quem for.
Não tenho filiação política, sou benfiquista e nem sequer vejo os jogos, não tenho televisão em casa: Não sou religioso e tenho o registo criminal limpinho, caso contrário não poderia desempenhar funções na área da segurança privada.
Sou o fundador do IRA, mas muitos não sabem quem sou. Escondo a cara porque prezo o meu sossego e a minha privacidade. Eu tenho direito a ela, certo?
Eu não quero ser abordado por desconhecidos porque me reconheceram da televisão ou das redes sociais.
Eu não quer ser importunado com casos e mais casos de maus-tratos aos animais quando existe uma página de facebook para efeitos de denúncias. Acontece na mesma, no tal círculo de amigos que sabem quem sou e o que faço. Mas é uma escala muito reduzida.
Assim com os outros elementos, todos querem continuar as suas vidas da mesma forma, pacata!
Nós não queremos protagonismo, convites para entrevistas, eventos sociais, debates, palmadinhas nas costas ou aplausos, reuniões entre associações, participar em bla bla blas ou palestras.
NÓS SÓ QUEREMOS COMBATER OS MAUS-TRATOS AOS ANIMAIS E CONTINUAR ANÓNIMOS.
Se sabemos as consequências de missão tão nobre com um carácter tão íntegro? Achamos que sabemos e ainda assim somos surpreendidos.
Existimos desde Setembro de 2016, já fizemos e acontecemos.
Estamos em finais de 2018. Cá continuamos e estaremos.
Todos os dias olho para a Kira e abraço-a.
Todos os dias desejo que todos os animais tivessem direito à mesma paz e respeito que ela desfruta.
Sei que o caminho ainda vai longo, que esta luta ainda agora começou.
Mas pelo facto de me ver obrigado a explicar à minha avó de 87 anos que o seu neto não cometeu nenhum crime e que isto tudo é uma grandessíssima mentira. Pelo facto de ver, na sua voz, a aflição causada pelas notícias que ela recentemente anda a consumir.
Pelo facto de ver os meus colegas de equipa a serem perturbados profissionalmente ou socialmente.
Eu juro-vos....
Que eu não mexa mais estas duas mãozinhas se este mete-nojo e a sua equipa não serão o maior pesadelo para quem maltrata os animais ou anda a viver às custas deles.
Podem apontar.
Assinado,
O IRADO, porque "cabecilha" é a vossa prima!