20/12/2018
E vamos para o segundo Natal sem mamãe , foi ela quem me escolheu e me colocou na casa de meu humano.
Sinto muito a falta de ouvir o som daquela voz que falava comigo numa doçura ímpar , doçura que eu jamais ouviria novamente.
As carícias dela eram de uma gentileza profunda , os cuidados em dar água fresca , petisco e conversar comigo sobre o meu humano que viaja muito e ela sentia muitas saudades , choramos juntos varias vezes embora ela não enxergasse minhas lágrimas.
Muitas vezes ela dormia na minha casa e eu podia sentir o calor do coração que transbordava carinho para mim que até a pouco era um simples gato de rua .
Ela se foi numa noite , eu não estava junto mas acordei de sobressalto sabendo que ela tinha partido, saudades , saudades de tudo que ela representava e fazia , saudades de morder os pés dela , saudades de quando ela me pegava no colo e eu miava alto em protesto.
Saudades daquela voz , daquela olhos castanhos felinos.
Hoje vejo meu humano também sente estas faltas , ele me trata com amor , mas minha saudade é imensurável , gatos também sofrem com as ausências .
Ouço dizer que ela está no céu e espero que quando me for ela possa estar me esperando me chamando “ Napoleão , meu gatinho lindo , meu príncipe “ que falta me faz este som.
Vou deitar , fechar meus olhos e chorar de uma forma que meu humano não veja embora eu saiba que ele também está chorando.