08/12/2023
Antigamente era tão comum conhecer casualmente pessoas espiritualmente interessantes, pessoas ricas em conteúdo, nobres na postura, nos modos, na calma, na expressão de olhar... Em qualquer lugar lá estavam, na fila do banco, aguardando no balcão da farmácia, da padaria... Eram doces estranhos, pois de pronto deixavam de ser estranhos e se mostravam amigáveis, puros, gentis, encantadores. Não poucas vezes levávamos no coração a lembrança dos queridos estranhos cujos nomes não soubemos, cujas presenças muito provavelmente não voltaríamos a ver, mas que haviam deixado em nossas vidas uma brisa de paz, de alegria, positivismo e inspiração. Hoje temos grande dificuldade em encontrar tais expressões inclusive entre aqueles com os quais convivemos e trabalhamos. Essa carência da sociedade contemporânea reafirma em mim uma importante reflexão: não desejo fazer parte dessa estatística. Se eu não encontro o que outrora era natural, então irei na contra-mão do mundo para ir novamente de encontro ao natural e mostrar àqueles que passam pela minha vida algo esquecido... O natural é sorrir, tratar as pessoas pelo nome, ser gentil, exercer a doçura nos modos, nas palavras... Há algum tempo as pessoas se tratavam bem, depois passaram a ser indiferentes, hoje tratam-se mal, muito mal, com desprezo, arrogância, soberba, egoísmo, individualismo, impaciência... Por assim ser, todas as vezes que me oferecem baixo caráter, seja um estranho ou um conhecido, eu retorno gentileza e elegância, valores que muito provavelmente eles não conheçam... Se lhes fosse possível conhecer, então conheceriam a Luz que habita nessa escolha.
(Nicoli Miranda Casanova)
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