21/10/2021
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EM AÇÃO PELO PMP-BS NO INSTITUTO GREMAR, NECROPSIA DE ATOBÁ-MARROM REVELA PRESENÇA DE PLÁSTICO NO ESÔFAGO
Em ação resultante do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), a equipe do Instituto Gremar registrou o óbito de um atobá-marrom (Sula leucogaster) devido à obstrução do trato gastrointestinal o por um fragmento de plástico.
A ave havia sido resgatada em decúbito e prostrada durante monitoramento no dia 30 de setembro, na Praia da Enseada, no Guarujá (SP). Levada ao Centro de Reabilitação eDespetrolização de Animais Marinhos, foi prontamente atendida para avaliação de seu quadro clínico, que indicava sintomas típicos de exaustão, muito comuns em aves marinhas encalhadas (hipotermia, desidratação e hipoglicemia), apesar do bom escore corporal.
Mesmo com todos os esforços e tratamento suporte realizado pela equipe, o animal não resistiu e foi a óbito.
Com o objetivo de investigar o que teria feito a ave manifestar tais sintomas, uma vez que não apresentava qualquer patologia, a equipe do Instituto Gremar realizou a necropsia.
Neste exame, amostras de tecidos são coletadas de cada órgão e analisadas individualmente, a fim de se observar alguma anormalidade. O trato gastrointestinal do animal, especificamente, é aberto desde o esôfago até a porção final do intestino, com o intuito de avaliar todo o conteúdo presente.
Durante este procedimento, foi possível atestar a causa da morte: um fragmento de aproximadamente 40 cm de plástico mole foi encontrado dentro de seu esôfago.
Provavelmente tratava-se de uma sacola, que acabou por obstruir todo o seu trato gastrointestinal.
Acredita-se, provavelmente, que o animal estava saudável e ingeriu acidentalmente o plástico durante a alimentação. Infelizmente, é cada vez mais comum a presença dos resíduos sólidos à deriva nos mares, o que torna frequente os casos com ingestão.
Este tipo de situação, quando não resulta em óbito, pode ocasionar outros danos severos à saúde dos animais. Além de lesões nos tecidos, pode impedir a absorção de nutrientes provenientes da alimentação, gerar inflamações e outras complicações críticas.
Como se vê, ainda há muito a se avançar nestas questões para que possamos contribuir para evitar outros casos semelhantes. Por isso a necessidade de compartilhá-los e de reforçar nossas ações de Educação Ambiental, um dos pilares de atuação do PMP-BS.
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Atenta às recomendações das autoridades de saúde devido à pandemia do Covid-19, a equipe do Instituto Gremar em conjunto com a coordenação do PMP-BS área SP e a Petrobras, tem adotado medidas rígidas para prevenir o contágio e dar continuidade ao trabalho de resgate e reabilitação de animais marinhos da melhor forma possível.
O uso de equipamentos e insumos adequados, o trabalho em home office do setor administrativo e a restrição do número de colaboradores nos recintos dos animais, salas de cirurgia e manejo, além do monitoramento, estão entre eles. A responsabilidade é de todos nós.
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O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
O projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O PMP-BS é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Gremar monitora o Trecho 9, compreendido entre São Vicente e Bertioga.
Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800 642 3341 ou (13) 997114120.