23/05/2021
Nem sempre os finais são felizes, nem sempre os conseguimos salvar, mas tentemos sempre que possível proporcionar o maior conforto aos animais numa hora de grande sofrimento. Se nada mais pudermos fazer, que estejamos com eles até ao fim para que não morram em solidão.
O Julinho era um gatinho assilvestrado, muito doce e simpático de uma colónia controlada em Lisboa. Repentinamente começou a emagrecer, foi sendo tratado, não melhorou, até que teve mesmo de ser internado.
Tentou-se durante quase uma semana reavivar o corpo tão frágil deste gatinho ainda jovem, mas depois de uma súbita melhora que nos deu esperança, o estado geral do Julinho foi piorando a cada dia, sem possibilidade de retorno. Para percebermos melhor o que lhe terá acontecido, teríamos de o sujeitar a mais manuseamentos e intervenções invasivos e que não lhe iriam trazer melhoras, seria somente prolongar-lhe o sofrimento. Nestas horas não há certezas, pomos tudo em causa, o que estamos nós a fazer e não sabemos se a decisão que vamos tomar é a que vai ao encontro do maior interesse do animal. O Julinho não falou, não nos disse se o que estaríamos a fazer era o correcto. Como preferíamos ter tido essa resposta dele...Mas olhou-nos profundamente e encostou a cabecinha, deixando-se tocar mais serenamente pelas festinhas. O que podemos garantir é que não partiu sozinho. Teve carinho, conforto e todo o respeito até ao fim quando finalmente descansou, sem dor.
Com os vossos donativos, que muito agradecemos, foi possível assim contribuir para o pagamento do internamento e de todos os cuidados necessários para que não lhe faltasse nada.
Querida Helena, onde quer que estejas, queremos acreditar que estejas a afagar o Julinho, um dos muitos protegidos pela tua luz.