27/03/2021
Canário-da-terra
O canário-da-terra (Sicalis flaveola), também é conhecido como canário-da-horta, canário-da-telha (Santa Catarina), canário-do-campo, chapinha (Minas Gerais), canário-do-chão (Bahia), canário-do-reino (Ceará), coroinha e cabeça-de-fogo, é uma ave admirada pelo canto forte e estalado e por isso é frequentemente aprisionado como ave de cativeiro (está entre as 10 mais apreendidas, segundo o IBAMA), mesmo tal ato sendo considerado crime federal pela Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98). Graças à ação das autoridades e da conscientização da população, registros do canário-da-terra vêm se tornando mais frequentes nos últimos anos.
Nome Científico
Seu nome científico significa: do (grego) sikalis, sukallis or sukalis = pequeno; (Latim) flaveola, flaveolus diminutivo de flavus = amarelo. ⇒ Amarelinho.
Características
Tamanho aproximado: 13,5 centímetros. Peso médio: 20 gramas. Cor amarelo-olivácea com estrias enegrecidas nas costas e próximo das pernas. Asas e cauda cinza-oliva. A íris é negra e o bico tem a parte superior cor de chifre e a inferior é amarelada. As pernas são rosadas. A fêmea e o jovem têm a parte superior do corpo olivácea com densa estriação parda por baixo, com as p***s e cauda e tarso quase enegrecidos, mas quando adultos assumem a coloração amarela. Com 4 a 6 meses de idade, os filhotes machos já estão cantando, e levam cerca de 18 meses para adquirir a plumagem de adulto.
Subespécies
São cinco subespécies reconhecidas, sendo duas brasileiras.
Sicalis flaveola brasiliensis (Gmelin, 1789) - ocorre no Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Machos com o alto da cabeça alaranjado brilhante, ultrapassando a região da órbita. Dorso oliva, com poucas estrias. Ventre amarelo brilhante. Asa marrom escura, com a borda externa das p***s amarela. Cauda marrom escura, com as bordas das p***s amarelas. Fêmeas e jovens com finas estrias na cabeça e no dorso, crisso amarelado. Um distinto colar amarelo estriado no peito, dividindo a garganta e o ventre, que são esbranquiçados. As fêmeas mais velhas tendem a ter o peito e o ventre mais amarelados, podendo lembrar a plumagem de machos.
Os exemplares machos do Nordeste (em especial do PI, CE, RN, PB e PE) são de um amarelo mais forte e brilhante, com coroa vermelho-alaranjada e maior, dorso com poucas e finas estrias e levemente esverdeado (em vez de oliva). As fêmeas, além de serem também amarelas, possuem igualmente a mancha vermelho-alaranjada no alto da cabeça, embora menor que nos machos. Alguns estudiosos preferem tratar tal forma como uma subespécie distinta.
Sicalis flaveola pelzelni (P. L. Sclater, 1872) - Canário-chapinha. Ocorre na Bolívia, ao leste dos Andes, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os machos possuem a cabeça com estrias escuras, e a cor alaranjada não ultrapassa a região orbital. O dorso é mais densamente estriado que S. f. brasiliensis. Ventre com coloração amarela em geral mais apagada, principalmente no pescoço. Asas e cauda semelhantes à forma anterior, mas com muito menos amarelo nas coberteiras das asas. Fêmeas com as estrias da cabeça e do dorso mais largas que na forma anterior. Região peitoral densamente estriada, podendo formar um colar. Poucas estrias na região ventral, e o crisso segue a mesma cor do ventre (esbranquiçado).
Sicalis flaveola flaveola (Linnaeus, 1766) - ocorre na Colômbia, Venezuela, Guianas e Trinidad. Introduzido no Panamá, Porto Rico e Jamaica. Coroa alaranjada. Costas levemente esverdeadas e com poucas e finas estrias, quase imperceptíveis. Partes inferiores amarelo-limão. Maior que S. f. brasiliensis.
Faz ninhos cobertos, na forma de uma cestinha, em lugares que variam desde uma caveira de boi até bambus perfurados. Frequentemente utiliza ninhos abandonados de outros pássaros, sobretudo do joão-de-barro. Pode fazer ninhos em forma de cesta em plantas epífitas (orquídeas e bromélias), em buracos de telhas e outros locais que ofereçam proteção. A fêmea põe em média 4 ovos, que são chocados por 14 ou 15 dias.
Referências
Instituto Rã-Bugio Acesso em 20 jan. 2009
Federação Ornitológica de Minas Gerais
Portal Brasil 500 pássaros. Acesso em 30 abr. 2009.
The Internet Bird Collection. Disponível em http://ibc.lynxeds.com/species/saffron-finch-sicalis-flaveola. Acesso em 04 Dez 2012
Guilherme, E. 2011. Sobre a ocorrência do canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola: Passeriformes, Emberizidae) na Amazônia Sul-Ocidental. Atualidades Ornitológicas, 163: 2-23.Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/305725632_Sobre_a_ocorrencia_do_canario-da-terra-verdadeiro_Sicalis_flaveola_Passeriformes_Emberizidae_na_Amazonia_Sul-Ocidental
Luís Fábio Silveira e Andrés Calonge Méndez. CARACTERIZAÇÃO DAS FORMAS BRASILEIRAS DO GÊNERO SICALIS (PASSERIFORMES, EMBERIZIDAE) Atualidades Ornitológicas, 1999, Ivaiporã, PR, n. 90, p. 6-8. Disponível em http://www.ib.usp.br/~lfsilveira/pdf/Sicalis.pdf.pdf. Acesso em 05 Dez 2012
CLEMENTS, J. F.; The Clements Checklist of Birds of the World. Cornell: Cornell University Press, 2005.
Aranhas do Município de São Paulo Acesso em 09 dez 2016