21/10/2020
A TRISTEZA QUE OS FORTES SENTEM
Amanheci triste,
Um nó na garganta, um aperto no peito,
Tentei animar-me com tudo o que existe,
Mas uma lágrima rolou, não teve outro jeito.
Uma tristeza branda e latente,
Que vai aos poucos, bem aos poucos corroendo o coração,
Uma tristeza estranha, sem motivo aparente,
Não por desamor,
Não por desilusão.
Simplesmente, um vazio,
Simplesmente um cansaço,
Que toma conta até mesmo dos fortes,
Não é dor de derrota,
Não é dor de fracasso.
É simplesmente dor,
Talvez, saudade subentendida,
Daqueles que passaram por nossos jardins,
Deixando as janelas tão mais floridas.
Talvez um amargor subconsciente,
Por todas as vezes que nos entregamos ao medo,
Talvez, talvez e apenas talvez,
Essa dor sem motivos,
Que sinto hoje cedo,
Sejam as dores que ignoro,
Que mantenho em segredo,
Batendo às janelas da alma,
Para tirar-me o sossego.
Mas não sei...
Não há verdadeiramente motivos,
Para que eu possa chorar,
A vida tem sido bela,
Com ausência de pesar,
Então é preciso ser forte,
Mas forte não sou,
Hoje não,
Quero amargurar,
E permanecer ausente de tudo,
Para as repostas poder encontrar.
Preciso apenas de silêncio,
Para poder me escutar!
Pedro Silva.