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Aqui você encontra treinamentos e consultoria para melhorar a vida do seu pet silvestre ou exótico. Dicas de alimentação, manejo diário, enriquecimento, como ter um animal legalizado, como evitar erros e ter.uma vida longa ao lado do seu animal.

23/01/2018
Araras lutino

Há uma semana atrás, publicamos aqui na página uma postagem sobre as araras-piranga (Ara macao) brancas (leucisticas). Uma mutação rara, e que até onde se sabe, não ocorre em outras espécies de araras (gênero Ara) brasileiras.

Porém, outras espécies de araras muito populares aqui no Brasil também possuem mutações raras, como é o caso das araras-canindé (Ara ararauna). As aves do vídeo apresentam uma condição genética chamada de lutinismo, em que elas nascem sem a capacidade de sintetizar os pigmentos azuis e pretos da penugem, tornando-se brancas e amarelas.

As araras lutinas são raras e a grande maioria é encontrada em criatórios fora do Brasil. Embora já tenha sido registrado um indivíduo lutino selvagem, essas aves tem pouca chance de atingir a idade reprodutiva na natureza, pois sua coloração as torna um alvo fácil para os predadores naturais, e também para o tráfico de animais silvestres por sua beleza...

Imagens originais disponíveis em:

https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwiK5IL0pu7YAhWJHpAKHUsaAH4QjRx6BAgAEAY&url=http%3A%2F%2Fwww.ashmorepalmsgoldcoast.com.au%2Ffacilities%2Fexotic-birds&psig=AOvVaw2Y887xVW0jkea8RKn8Ylt5&ust=1516804375586250

https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwiuuJeUp-7YAhWJHJAKHayvCkIQjRx6BAgAEAY&url=https%3A%2F%2Fwww.pinterest.com%2Fpin%2F206391595396609438%2F&psig=AOvVaw2Y887xVW0jkea8RKn8Ylt5&ust=1516804375586250

https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjPhfOgp-7YAhVDUZAKHQ7gAv4QjRx6BAgAEAY&url=https%3A%2F%2Ftwitter.com%2Favizandum_birds%2Fstatus%2F721955737958772736&psig=AOvVaw2Y887xVW0jkea8RKn8Ylt5&ust=1516804375586250

https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjRzuP1qO7YAhUHDpAKHah4CccQjRx6BAgAEAY&url=http%3A%2F%2Fkeywordsuggest.org%2Fgallery%2F1243244.html&psig=AOvVaw37lzC_AX400lsqNILxm4WX&ust=1516804319254413

21/01/2018

Você já viu um macaco tomando sorvete? E será que isso é permitido? Não faz mal a saúde?

Enriquecimento ambiental, esse é o nome dado a varias técnicas que tem por objetivo diminuir os problemas causados em animais que não estão em seu ambiente natural, comumente aplicado aos que vivem em cativeiro.

Viver em lugares onde a comida é farta e não se preocupar com outro animal o caçando, parece ser a melhor opção do mundo, mas para um ser vivo que tem toda a fisiologia e anatomia preparadas para as intempéries do mundo animal, isso pode signif**ar tédio, ansiedade, tristeza, medo, raiva e outros que podem levar a doenças e episódios de depressão e mutilação. Na maioria das vezes, esses comportamentos se agravam por estímulos dos visitantes, que gritam e jogam coisas durante horas.

Existem registros de animais que passam de 80 a 90% do seu tempo lutando pela sobrevivência, sendo a maior parte a busca por alimento. E dentro de um cativeiro, o animal necessita de gastar toda essa energia acumulada que seu organismo prepara para uma vida de sobrevivência, resultado? Muita energia para gastar e nada para fazer. Um mix de hormônios e enzimas são liberados, então o animal passa a ter comportamentos chamados de esteriotipia¹ (mais popularmente conhecido como estresse animal). Para combater o estresse em cativeiro, biólogos, veterinários e zootecnistas elaboram atividades como as das fotos, que de diversas formas fazem com que os animais liberem a energia acumulada. Quando essas atividades tem continuidade e não ap***s uma vez ou outra, as chances de precaver os comportamentos negativos citados são bem grandes.

É importante lembrar que não só os animais silvestres é que sofrem com o acúmulo de energia e estímulos negativos, os domésticos também, vale o alerta. Será que você sabe realmente tudo o que seu cão precisa?

Mas e o sorvete não faz mal?

Esses sorvetes são preparados a partir de receitas especiais, elaboradas com base de frutas, sementes, água, mel, rações específ**as e carne em alguns casos.

¹ Esteriotipia: comportamentos repetitivos não naturais resultantes de uma liberação de hormônios e enzimas.

Esse é o trabalho realizado por técnicos e tratadores no Mantenedouro Toca da Raposa localizada em Juquitiba SP:

Por Lucas Yanai

19/01/2018
Papagaios azuis, oi?

Papagaios, eles fazem parte da vida de muitos brasileiros... mas você já tinha visto algum "loro" azul antes?

É exatamente isso que você está vendo, essas aves do vídeo são papagaios-de-nuca-amarela (Amazona auropalliata), que é uma espécie de papagaio amplamente distribuída pela a América Central. Sua coloração padrão em estado selvagem é o verde, muito semelhante a dos seus primos, os papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva), que são os nossos populares “loros” aqui no Brasil.

As aves do vídeo possuem uma condição genética rara chamada leucismo, a mesma mutação genética que torna as araras-piranga (Ara macao) brancas, mas então, por que esses papagaios são azuis e não brancos? A resposta é simples, o leucismo causa uma deficiência na produção dos pigmentos amarelos e vermelhos, mas não afeta a síntese do pigmento azul.

Através de uma analogia bem simples, podemos compreender esse processo. Lembra-se de quando a sua professora de artes dizia para misturar as cores azul e amarelo para obter a cor verde? Pois bem, é isso o que acontece, de forma muito simples é claro, com esses papagaios, pois na ausência do pigmento amarelo as partes da penugem que possuem o pigmento azul continuam azuis e as partes que seriam amarelas ou vermelhas se tornam brancas.

Vale ressaltar, que papagaios azuis (leucisticos) são raros na natureza, pois essa condição genética reduz a aptidão dos seus portadores em se esconder (camuflagem) dos predadores. No entanto, em cativeiro como não há predadores esses indivíduos sobrevivem e prosperam, sendo extremamente desejados pelos criadores por sua beleza estonteante e rara.

Por: Rodrigo M. Aguiar

Fonte do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=rBZGeLIKG6E

18/01/2018

Contemplem a Jibóia

Essa é uma das serpentes mais famosas que ocorrem no território brasileiro. Animal que cientif**amente é dividido em subespécies¹, essa divisão depende de onde é encontrada, já que ocorre em vários biomas e suas características diferem de acordo com o local.

Por exemplo, a cauda vermelha de uma jiboia de cauda vermelha (Boa constrictor constrictor) que vive em matas e florestas, se destacaria muito no cerrado, onde uma jibóia cinzenta (Boa constrictor amaralis) consegue se camuflar perfeitamente. Destaca-se também por ser uma das poucas espécies comercializadas legalmente aqui no Brasil, fato importante no combate ao tráfico de animais.

¹ Termo utilizado para distinguir duas ou mais populações da "mesma espécie" que tenham um conjunto de características distintas, embora muitas vezes não são difundidas.

Por Lucas Yanai.

17/01/2018
Araras brancas

Já viu uma arara branca?

Você deve estar pensando, o que as pessoas fizeram para conseguir criar uma arara branca? A resposta é, absolutamente nada... Oi como assim nada? Isso mesmo, as araras brancas apresentam uma mutação genética rara chamada leucismo, que impede a formação de pigmentos amarelos e vermelhos, devido a isso, as p***s que deveriam ter cores vibrantes se tornam brancas.

Ok, mas por que não vemos araras brancas na natureza? A resposta é simples, as araras que possuem leucismo são menos adaptadas a viver no ambiente natural, pois chamam muita atenção dos predadores e acabam morrendo logo nas primeiras semanas após sua saída do ninho.

No entanto, os genes que proporcionam a condição leucistica são recessivos, isso é, precisam estar duplicados para que os filhotes sejam brancos, mas como sua frequência é muito baixa nas populações selvagens, dificilmente nascem indivíduos leucisticos. Outra coisa importante, é que os genes para o leucismo podem estar presentes em indivíduos de coloração normal na forma inativa, pois esses indivíduos possuem ap***s uma cópia do gene.

O vídeo abaixo foi gravado em um criatório de psitacídeos fora do Brasil e mostra a mutação leucistica de araras-piranga (Ara macao). Fonte original: www.youtube.com/watch?v=pofsAbSn4b8

16/01/2018

Febre-amarela, as maiores vítimas são os bugios!

A febre-amarela é causada por um retrovírus do gênero Flavivirus, sua transmissão ocorre quando um indivíduo doente (macaco ou humano) é picado por um mosquito, que ingere o sangue contaminado com o vírus-da-febre-amarela e em seguida pica outro indivíduo (sadio), transferindo assim o vírus de um indivíduo a outro e propagando a doença.
O Ministério da Saúde classif**a dois tipos de febre-amarela, a silvestre e a urbana, a diferença entre as duas está na forma de transmissão e não no agente causador da doença, que é o mesmo retrovírus em ambos os casos. A febre-amarela silvestre é transmitida por mosquitos silvestres Haemagogus sp. e Sabethes sp. que vivem em regiões de mata e não conseguem voar além de 500 metros dessas regiões. Já a febre amarela urbana é transmitida pelos mosquitos urbanos Aedes aegypti, Aedes albopictus que são os principais transmissores de doenças infectocontagiosas nas cidades. O problema aqui é o seguinte, quando o vírus da febre amarela passa a ser transmitido pelos mosquitos urbanos, aumentam as chances da doença se espalhar nas populações humanas, se transformando em um surto¹ de febre-amarela.
A febre amarela é uma doença que não ocorre naturalmente nas densas florestas da América do Sul, ela foi importada do continente Africano junto à tráfico de escravos, no passado essa doença já causou centenas de milhares de mortes de pessoas e macacos, mas até recentemente, os casos dessa doença eram isolados e não representavam perigo para as populações humanas e de outros primatas selvagens. Porém, atualmente surtos isolados começaram a disseminar o vírus em populações de primatas selvagens, em especial nas populações de bugios (Alouatta sp.), que não se sabe ao certo o porquê, mas esses macacos se mostram mais sensíveis a febre-amarela em comparação a outras espécies de primatas Neotropicais².
O vírus-da-febre-amarela se disseminou de tal forma pelas populações de bugio, que a doença já é considerada uma epidemia³ em grande parte do bioma Mata Atlântica. Isso tem alertado os biólogos que estudam esses animais, pois estamos testemunhando um evento que pode levar a extinção dos bugios na Mata Atlântica da região Sudeste do Brasil. Um exemplo disso, é o ocorrido no parque urbano Horto Florestal, na Zona Norte da cidade de São Paulo, em que todas as dezessete famílias de bugios, cerca de oitenta e seis indivíduos que viviam no parque foram mortos por causa da doença.
Mas o principal problema que pode levar os bugios a extinção é a falta de informação, pois segundo dados do IBAMA 60% dos bugios encontrados mortos no Estado de São Paulo foram vítimas de lesões ou envenenamento. Ou seja, a maioria das mortes desses primatas foi causada por ações humanas! Isso demostra que a falta de informação é tão mortal quanto a febre-amarela, pois os bugios assim como outros macacos não transmitem a doença, eles são tão vítimas como nós humanos! Os transmissores são os mosquitos!
Os primatas Neotropicais e humanos são parentes distantes, seu ancestral comum viveu a cerca de quarenta milhões de anos, e é devido a essa ancestralidade comum, que a febre amarela, assim como outras doenças infectocontagiosas (gripe, zika vírus, etc...), conseguem infectar humanos e macacos. Vale ressaltar ainda, que matar ou maltratar animais silvestres é crime segundo a LEI N° 5.197, DE 3 DE JANEIRO DE 1967, com detenção de seis meses a um ano e multa segundo a LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998.

¹ Aumento acima do normal da ocorrência de uma doença na população.
² Primatas Neotropicais são os primatas que ocorrem naturalmente no continente americano, também conhecidos como macacos do Novo Mundo.
³ Doença que ataca grande número de indivíduos em uma determinada região.

Créditos da imagem: Filhote de bugio (Alouatta sp.) resgatado após a morte da mãe e levado para um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) na cidade de Jundiaí - SP, por Rodrigo Mendes Aguiar.

16/01/2018

Você sabe o que acontece com uma ave quando ela sofre um acidente e não pode mais voar?

No caso das aves de rapina (águia, gavião, coruja, falcão, abutre, urubu, condores e carcarás), existe uma salvação um tanto quanto ef**az. Uma arte milenar conhecida como FALCOARIA.

A Falcoaria é uma prática que tem como objetivo adestrar aves para capturar presas. Suas origens tem registros com mais de 1.300 anos, praticada pelos egípcios e retratada em pinturas , mas há suspeitas de que essa arte seja muito mais antiga. Mas você deve estar se perguntando, como uma ave que não possui poder de vôo, pode ser instrumento de um falcoeiro?
No caso, a ave será usada não para capturar presas, mas seu objetivo maior é o condicionamento físico e psicológico do animal, através de saltos e a satisfação de alcançar um alimento com certos níveis de dificuldade para uma ave multilada.
Assim alguns animais são salvos de vidas curtas em cativeiro, já que o índice de depressão é alto em animais multilados e afins.

No video uma Águia da Cauda branca (geranoaethus albicaudatus), uma ave que foi atropelada e teve a asa esquerda multilada quase por completo. É possível notar como a ave f**a tranquila, indício de que não é forçada a algo que não quer.
Obs; não está presa a qualquer corda.

09/01/2018
O QUE ACONTECE COM AS ÁRVORES NO VERÃO

Você já ouviu falar e até percebeu, que as 4 estações do ano causam mudanças nas pessoas, sejam comportamentais, sentimentais, de humor e vários outros. Mas será que as plantas também sentem e respondem as mudanças climáticas durante o ano?

Veja o que o biólogo e botânico Demis Lima preparou!

Aproveite e visite os demais trabalhos

Youtube: https://youtu.be/cfwLAaDGDn0

E O VERÃO COMEÇA HOJE 21/12/2017 ! VEJA O QUE ELE FAZ COM AS ÁRVORES E COM AS PESSOAS. O QUE ACONTECE COM AS ÁRVORES NO VERÃO? COMO O VERÃO AFETA AS PESSOAS ...

03/01/2018

NOTA DO DIA:

Você conhece o Quati? 🤔
Tenho certeza que já ouviu falar, mas dá só uma olhada nessas informações

Aaaaah, e você que vai viajar e sabe que lá tem quati, preste mais atenção ainda, temos algo para lhe contar.

O Quati (Nasua nasua), é um animal da família Procyonidae que faz parte da ordem dos carnívoros, apesar do nome nos familiarizar com os animais que comem carne, este grupo reune animais estritamente carnívoros e outros onivoros (aquele que possui uma dieta menos específ**a, ou seja, come de tudo), que no caso o quati se encaixa. Por ter esse habito de se alimentar naturalmente de quase tudo que encontra desde frutos, folhas, insetos, pequenos mamíferos, ovos, aves, répteis e outros, o quati ficou conhecido por se alimentar de comida industrial, e essa lista é imensa, desde chocolate a churrasco. Você deve estar se perguntando "mas como esses animais encontram esses alimentos?" Na maioria das vezes as pessoas acabam oferecendo para um grupo de quatis e os animais aproveitam da situação para se alimentarem, já que naturalmente é muito difícil encontrar alimento abundante. Em outros casos os próprios quatis invadem os reservatórios de comida humana, como cozinhas, mercados, lanchonetes, restaurantes e até lixeiras. Em alguns parques, por exemplo, em Foz do Iguaçu mantém um número muito grande de quatis, eles acabaram se multiplicando pela ausência de predadores e a comida abundante que por anos foi oferecida pelos visitantes e isso é ótimo, todo mundo aproveita e tira uma selfie, certo? TUDO ERRADO, como já mencionado, esses bichos se alimentam de vários outros seres da natureza e quando há um aumento da população o ecossistema local f**a muito prejudicado, podendo causar a extinção de espécies endemicas. Além do risco extremo de acidentes, pois esses animais atacam quando percebem que não vão ganhar o chocolate que está na mão da criança e acredite, você não vai querer ver o que os caninos de um quati podem fazer.

CURIOSIDADE:
Os quatis são animais que gostam de andar em bandos, mas essas famílias são compostas por fêmeas de todas as idades e os machos filhotes, pois quando atingem a idade adulta saem em busca de fêmeas em outros grupos e passam a maior parte da vida sozinhos.

Podem medir mais de 1 metro, sendo metade só de cauda, chegam a pesar quase 8 quilos e os machos são maiores que as fêmeas.



Créditos de imagem: Lucas K. Yanai.
Nesta imagem podemos ver uma quati que ficou orfã e teve que ser criada por pessoas. Em casos como esse a reintrodução na natureza tem chances baixas de sobrevivência, então o animal é mantido em cativeiro e passa por condicionamento comportamental para não se estressar com a presença humana.

30/12/2017

Final de ano, feliz e cheio de prosperidade, certo? Nem para todos.

Estamos quase finalizando mais um ano, e com certeza um dos momentos mais marcantes e esperados por todos são as queimas de fogos. Todos os centros urbanos com certeza exibem um show de cores nos céus, alguns mais simples e outros famosos mundialmente por deixarem milhares de pessoas com os olhares voltados para cima. Mas infelizmente não só os humanos são estimulados por esse momento, quer ver?

Todos já estão cansados de saber que alguns cachorros e gatos f**am apavorados, alguns acabam por se machucarem muito e deixarem a casa aos "cacos", estamos sabendo também que fazem isso por causa de uma audição muito mais sensível e o pânico pela confusão mental durante os longos minutos de explosões. Mas alguém já parou para pensar o que acontece com os animais silvestres?

Um grande número de espécies tem seu maior tempo de atividade por busca de alimento e sobrevivência no período noturno e mesmo aqueles que descansam nesse período são afetados. Durante o momento da queima, uma grande confusão mental causada pelos estímulos visuais e auditivos atingem os pobres animais e então inicia-se a busca pela sobrevivência. Todos buscam por algum abrigo ou simplesmente correm sem direção por tentarem fugir. Resultado? Animais invadindo ruas e rodovias, filhotes se perdem dos pais, aves caindo dos ninhos, invasão de residenciais, dispersão de animais que vivem em bando, choques em redes elétricas e tantos outros fatos que fazem com que a natureza sofra.

Mas ainda temos esperança, cidades como Ponta Grossa - PR, irão proporcionar uma queima de fogos silenciosa, justamente pensando na vida dos animais. Outra luz no fim do túnel são as pessoas se conscientizarem de que esse ritual de reveillon, pode não ser alegria para todos e sim uma bomba de morte e sangue.



Créditos da imagem: http://crismenegon.com.br

29/12/2017
Medicina primata

Medicina animal? O que podemos aprender com eles?

Muitas espécies de aves e mamíferos selvagens utilizam substâncias encontradas em seu ambiente como forma de controlar infestações de ectoparasitas (carrapatos, piolhos etc..). Essas estratégias estão relacionadas com o tipo de ambiente em que os animais vivem e com a disponibilidade das substâncias utilizadas como "repelente". Não é raro encontrar aves, macacos e outros animais “tomando banhos de formigas/cupins”... por que eles fazem isso? Bom, descobriu-se que o ácido fórmico, substância que é liberada por algumas espécies de formigas como forma de defesa, também é um ef**az repelente contra carrapatos e piolhos.

Com o avanço das pesquisas científ**as e com sua divulgação e propagação na internet, hoje sabemos que muitos animais utilizam diferentes substâncias como fármacos, exemplos disso são os gorilas da montanha, que consomem uma dieta com alto teor de toxinas prejudiciais a sua saúde, pois causam diarreias e desidratação severa. Para resolver esse problema, eles ingerem um tipo especial de solo (geofagia) que é capaz de reduzir/aliviar os sintomas e as diarreias.

Algo semelhante ocorre com os macacos-bugios e com psitacídeos (papagaios, periquitos e araras) selvagens, pois suas dietas possuem altos teores de toxinas chamadas taninos e alcaloides. Porém, esses animais também encontraram uma solução muito eficiente, eles ingerem certos tipos de argilas encontradas em barrancos e encostas, que são capazes de neutralizar o efeito das toxinas ingeridas por eles.

O vídeo abaixo foi gravado no Zoológico de Edimburgo na Alemanha, e mostra como os macacos-prego que habitam o zoo encontraram uma solução eficiente para se manterem livres de parasitas. Eles esfregam cascas de laranja e cebolas no pelo, utilizando os óleos essenciais dessas plantas como repelente de ectoparasitas e bactericida. Como eles descobriram essas propriedades medicinais permanece um mistério, mas de fato, é uma forma muito eficiente de se livrar dos parasitas e evitar infecções.

28/12/2017

Repteis, exóticos ou silvestres?

No Brasil, a liberação de licenças para a regulamentação de criadouros comerciais de répteis foi temporariamente suspensa através da INSTRUÇÃO NORMATIVA IBAMA n°31 de 31 de dezembro de 2002. As justif**ativas para tal, foram as seguintes:

1- Considerando a possibilidade de ocorrência de acidentes causados por répteis de grande porte em residências onde são mantidos como animais de estimação;

2- Considerando a possibilidade de intoxicação ou de ferimentos causados por mordedura, picadas ou contato com répteis, venenosos ou peçonhentos;

3- Considerando a possibilidade de abandono e o risco de fuga desses animais em áreas públicas, gerando situações de pânico, acidentes e introdução de espécies exóticas ao ambiente;

4 -Considerando a possibilidade de manejo incorreto dos animais, gerando situações de maus tratos;

No entanto, a INSTRUÇÃO NORMATIVA IBAMA Nº 7, de 30 de abril de 2015. Institui e normatiza as categorias de uso e MANEJO DA FAUNA SILVESTRE em cativeiro, autorizando assim, o funcionamento de CRIADOUROS COMERCIAIS DE FAUNA SILVESTRE, como empreendimentos de pessoa jurídica ou produtor rural, com finalidade de criar, recriar, terminar, reproduzir e manter espécimes da fauna silvestre em cativeiro para fins de alienação de espécimes, partes, produtos e subprodutos. Abrindo a possibilidade para a regularização da criação comercial de répteis silvestres.

Devido a isso, existe uma proposta junto ao Ministério do Meio Ambiente para o manejo e a criação de serpentes como, jiboias (Boa constrictor), salamantas (Epicrates cenchria), suaçuboias (Corallus hortulanus) e piriquitamboias (Corallus caninus); lagartos, como teius (Salvator merianae) e iguanas verdes (Iguana iguana); e quelônios como jabutis (Chelonoides carbonaria) e tigres d’água (Trachemys dorbigni). Porém cabe ao Sistema Nacional de Gestão da Fauna Silvestre (Sisfauna) autorizar ou não a criação e comercialização dessas espécies aos requerentes.

De fato, a legislação atual é um grande problema para os amantes de repteis exóticos, pois além de proibir a criação e comercialização desses animais, acaba incentivando a criação e comercialização ilegal dos mesmos. Isso contribui para os maus tratos a esses répteis, bem como para a falta de conhecimento sobre manejo, manutenção, reprodução adequados de repteis exóticos em cativeiro no país.

Vale ressaltar, que a proibição da comercialização de repteis exóticos no Brasil vai de antemão as medidas adotadas por outros países como os EUA, que através de uma legislação adequada, conseguem regulamentar a criação e comercialização dos repteis exóticos. Reduzindo assim, a criação ilegal e consequentemente os maus tratos, abandono, risco de que esses animais se tornarem espécies invasoras, além é claro, de aumentar o conhecimento sobre o manejo desses animais em cativeiro.

Créditos da imagem: Uma exótica cobra-corn-snake (Pantherophis guttatus) e um Jabuti silvestre (Chelonoidis carbonaria) que foram aprendidos pelo IBAMA e lavados a um mantenedouro de fauna silvestre. Acervo pessoal do Biólogo Rodrigo M. Aguiar.

28/12/2017

Qual a diferença entre animais silvestres, exóticos e selvagens? E aí, você sabe me dizer?

Então vamos lá, o termo silvestre é utilizado para designar um animal nativo de determinada região, sendo que este pode ser endêmico (só ocorre naquele exato local) ou não. O termo exótico, se refere a animais que não são nativos e foram introduzidos em uma nova região, diretamente ou indiretamente por ações humanas. Já o termo selvagem, é utilizado para animais ferais, ou seja, não domesticados. Tanto animais silvestres, como exóticos podem ser selvagens, mas atualmente, quando nos referimos a animais exóticos em estado selvagem os pesquisadores optam por chamá-los de indivíduos ferais, e reservam o termo selvagem para se referir aos animais silvestres.

Créditos da imagem: Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) tomando um banho de mangueira. Acervo pessoal do Biólogo Lucas K. Yanai.

27/12/2017

Fauna o que é?

A fauna é representada pelo conjunto de seres vivos denominados animais (Metazoários). Sabemos que, a biologia moderna organiza os animais em 35 categorias taxonômicas¹ (filos), com base em suas formas (morfologia) e suas características moleculares (material genético). No entanto, para fins práticos, no dia-a-dia de biólogos e veterinários a fauna é categorizada em vertebrados e invertebrados.
Popularmente, a categoria de vertebrados ainda é dividida em quatro tipos de fauna, ictiofauna (peixes), herpetofauna (repteis e anfíbios), avifauna (aves) e mastofauna (mamíferos). Mais uma vez, essa classif**ação não é uma divisão utilizada pela ciência moderna, pois essas categorias são parafiléticas² e a Sistemática (Ciência da Biologia que classif**a os animais) somente utiliza categorias monofiléticas³ para tal classif**ação.
Esse tipo de categorização da fauna apesar de não estar errado, é muito simples e não compreende toda a diversidade animal, porém muitas vezes é preferencialmente adotada durante trabalhos de campo e aplicações didáticas, pois a identif**ação correta das espécies animais é trabalhosa, demorada e muitas vezes requer um especialista (taxonomista).

¹. Categorias taxonômicas ou táxons, são grupos de seres vivos criados de acordo com as regras de nomenclatura para a classif**ação dos seres vivos, utilizadas em Biologia.

². Em biologia se utiliza o termo parafilético para representar um grupo de seres vivos que possuem certo grau de parentesco entre si, no entanto, nessa classif**ação nem todos os descendentes da linhagem original estão representados.

³. O termo monofilético, é utilizado para representar uma linhagem evolutiva de seres vivos que inclui todos os seus descendentes.

Créditos da imagem: Gavião-de-rabo-branco (Geranoaetus albicaudatus) por Lucas K. Yanai.

27/12/2017

Hello guys, this is the biologists Lucas and Rodrigo, makers from a biologist's notes. We spend the year 2017 all updating and preparing content and news for biodiversity, especially related to zoology, evolution and animal behaviour. Our page is focused on scientific disclosure, seeking to convey relevant information about the themes mentioned, through simple and uncomplicated language. We hope that our readers can use the page as a secure source of information, and as a mechanism for the promotion of debates regarding the handling, maintenance, reproduction and conservation of wild and exotic animals.

Thanks, biologists Lucas and Rodrigo.

27/12/2017

Créditos da imagem: Onça-pintada (Panthera onca) por Lucas K. Yanai.

27/12/2017

Créditos da imagem: Araras-canindé (Ara ararauna) por Rodrigo M. Aguiar.

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