Depois disso sofri todo tipo de crueldades, apanhei, quebraram minha perninha, herdada do meu pai um dachshund, então, são pequenininhas e tortinhas, pois me tacaram longe, me amarraram no fundo de um quintal sujo, cheio de mato e carrapatos, onde comida e água eu via de vez em quando. Uma pessoa me viu, e me levou embora, fui morar em outra cidade. Minha vida melhorou, achava eu, tinha comida, ág
ua, banho e tosa. Mas começaram a me por para cruzar, tive 20 filhotes, venderam meus filhinhos. O mais esquisito é que, essas pessoas cortavam meu pelo pretinho pra fazer patuá, por causa disso, morro de medo de tesoura. Entrei numa tristeza profunda, resolveram trazer uma cachorrinha, filhote ainda, para me fazer companhia, bem arteira, e animada, Sofia como chamavam. Um dia levaram a Sofia embora, por ser arteira, soltaram a coitadinha na praia. Começa aí meu segundo inferno. As pessoas não se davam bem, muita briga. Me deixavam sozinha dias, enchiam um balde com água, e outro com ração, e até 7 dias eu ficava assim, vinha rato ou chovia na minha comida. Eu chorava muito. Por chorar tanto, chamava a atenção dos vizinhos, e quem sempre me acalmava, falava comigo mansinho pra eu aguentar que Deus me livraria desse terror, e me dava comida limpinha, é essa pessoa com quem estou hoje.Mas as pessoas briguentas não gostavam. Mesmo assim, ela pedia para que me dessem pra ela, mas um não e cara feia e grosseria faziam. Um dia brigaram muito, fiquei abandonada dias. Uma pessoa da casa voltou, e com muita raiva da outra, me pegou e levou para a vizinha que me dava carinho, que me acolheu na hora. E assim começa outra fase da minha vida, onde conheci o amor!
