09/08/2022
Elas chegaram no Rio de Janeiro vindas de Joanesburgo em novembro de 2021 dentro de contêineres em um voo de 10 horas de duração. Aqui, foram levadas para um ambiente de quarentena. Um mês depois, três das girafas morreram em circunstâncias obscuras.
Registros da Polícia Federal mostram as outras 15 girafas feridas e, segundo autoridades, cercadas de fezes e urina sob atos contínuos de "maus tratos, abuso e crueldade". O zoológico, por sua vez, diz que as girafas estão "absolutamente bem".
O caso então deu início a uma investigação envolvendo executivos de um zoológico no Rio de Janeiro e comerciantes de animais selvagens baseados em Joanesburgo e na Cidade do Panamá.
Todos os animais foram importados como parte de um projeto de conservação anunciado pelo BioParque, novo nome do antigo Zoológico do Rio de Janeiro, hoje sob gestão privada.
Em relatório incluído no inquérito, a Polícia Federal brasileira diz que "não temos dúvida... que o presente caso se trata do maior caso de Tráfico de Animais Silvestres da história do Brasil".
O BioParque diz que "as lesões relatadas são absolutamente normais para animais de mega fauna, como girafas e elefantes"; que "os ferimentos apontados como maus tratos, em sua maioria, eram escoriações antigas que foram relatadas às autoridades e não causam sofrimento dos animais"; que "os animais sempre estiveram em um ambiente seguro, sob os cuidados de profissionais dedicados ao manejo e bem-estar".
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Em 14 de dezembro de 2021, durante um banho de sol, seis girafas romperam uma cerca e fugiram da área de isolamento.
Funcionários mais tarde disseram à polícia que "várias pessoas teriam perseguido as girafas e, com o uso de cordas, de forma não muito bem esclarecida, teriam laçado e trazido os seis espécimes de volta à área de cambiamento", segundo o inquérito.
Após serem recapturadas, três girafas morreram em um intervalo de 3 horas. Necropsias realizadas pelo BioParque sem a presença de autoridades do governo determinaram que os animais apresentavam hematomas, lesões pulmonares e coágulos cardíacos.Os exames dizem que todos os três morreram de "miopatia de captura" — ou estresse muscular extremo ligado à captura, segundo veterinários.
A polícia diz que o zoológico só relatou as mortes depois que os animais foram enterrados. Uma exumação foi realizada pela polícia e um novo relatório de autópsia deve ser publicado nos próximos meses. O especialista em resgate de animais Roched Seba, presidente do Instituto Vida Livre, discorda.
"O zoológico age como se essas mortes fossem normais. Como quando você compra um s**o de laranjas e uma ou duas estão podres", disse ele à BBC."(Vamos) apoiar iniciativas de conservação de girafas em 15 países africanos, através da parceria com a Giraffe Conservation Foundation, a ONG mais importante do mundo dedicada à conservação das girafas", dizia o texto, ao qual a BBC teve acesso.A reportagem procurou a ONG.
"Não é correto dizer que estejamos ou jamais estivemos em qualquer tipo de parceria com o BioParque. Essas são alegações falsas feitas pelo zoológico", afirmou a diretora executiva do GCF, Stephanie Fennessy. "Enquanto recebemos doações e/ou subsídios de vários zoológicos ao redor do mundo, nunca recebemos nenhum financiamento do BioParque, nem discutimos — e muito menos concordamos — qualquer tipo de parceria", diz Fennessy.
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Achou absurdo?.... não é só isso.
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BBC de Londres - https://www.bbc.com/portuguese/geral-62465063