27/04/2022
🙋🏻♀️🙋🏽♂️ Há dois anos atrás alguém batia na porta, uma vizinha perguntando se já tínhamos visto os gatos recém abandonados no prédio... Eu hesitei por alguns minutos e confesso que me ressenti com o aviso disfarçado de cobrança, afinal o que poderíamos fazer que ela ou qualquer outro também não pudesse? Por que a dedicação de uns à causa animal vira de repente uma obrigação?
Eram dois sialatas apavorados e esfomeados que pela diferença de tamanho pareciam ser mãe e filho, inicialmente a intenção era alimentá-los por ali mesmo, já tínhamos conosco uma gata resgatada no começo do mês aguardando adoção, mas em poucas horas o gatinho tinha sido levado e não podíamos deixar a fêmea sujeita aos gatos "de vida livre/ não castrados" dos vizinhos irresponsáveis, alguém tinha que interromper esse ciclo de abandono.
Missandei foi acolhida, castrada, tratada de uma inflamação nos coxins, testada e disponibilizada para adoção. Particularmente, fazer as pessoas entenderem a responsabilidade de uma adoção, a personalidade e necessidades do animal é a pior parte do processo. É desgastante! Dentre os interessados teve gente que não concordava com criação indoor, que achava que animal é presente pra criança, que dispensava protocolos de adaptação, que queria companhia para a solidão escancarada pela pandemia...
A cada frustração foi ficando mais claro que a tinha que ficar e ficou, a gatinha medrosa desabrochou, ganhou confiança, entendeu que era amada e retribui com ronron, cabeçadinhas e às vezes um pouco de baba.
Quem dera poder ficar com todos! 🥲