10/03/2020
Cane Corso
O cane corso (pronúncia italiana: [ˈkaːne ˈkɔrso]) é uma raça canina molossóide de grande porte oriunda da Itália. É valorizado em seu país de origem como de cão de guarda de fazendas e como cão de caça de javalis.
Sua origem, bem como a de outras raças, é antiga e imprecisa, embora seja considerado um descendente direto do canis pugnax: antigos molossos de guerra romanos. Apesar disso, sua criação organizada só deu-se em meados da década de 1980, sendo reconhecida internacionalmente a partir da década seguinte.
Fisicamente, pode chegar a pesar 50 kg e medir 68 cm na altura da cernelha. Se apresentam nas cores preto, cinza (azul), fulvo, tigrado, vermelho-cervo e variações dessas cores.
Etimologia:
Levando em consideração a língua italiana moderna, "cane corso" signif**aria "Cão da Córsega". Porém, apesar de existirem citações seculares a cães da Córsega (Córsega é uma ilha bem próxima à Itália), a verdadeira etimologia da nomeação da raça é imprecisa. Segundo alguns autores, "Corso" advém do substantivo feminino em Latim Cohors que signif**a "quintal", "Pátio". Neste caso Cane corso pode ser interpretado como "Cão de quintal"; "Cão que guarda o quintal/propriedade"; ou até "Cão de fazenda", já que tradicionalmente a raça é utilizada para guarda de fazendas. Outros relatam também a possibilidade de "corso" derivar do termo Celta "coarse", que signif**a "robusto".
História:
O cane corso é considerado um descendente direto do mítico canis pugnax, do latim, que em português pode ser traduzido como cão de guerra, um antigo tipo extinto de cão molossóide utilizado pelos romanos em todo o Império em atividades de guerra, combate para entretenimento, caça de grandes animais, e também como cães de guarda de vilas, prédios públicos e casas particulares, onde ainda hoje é possível encontrar os famosos mosaicos cave canem que avisavam sobre a possível presença destes cães guardiões, que f**avam presos em correntes durante o dia nas entradas e soltos durante a noite. Provavelmente estes cães possuíam também orelhas e cauda cortadas.
O nome da raça muito provavelmente deriva de "cane da corso", um termo italiano antigo para definir os cães de presa utilizados em atividades rurais (para guiar e controlar o gado e os suínos; e para caçar o javali). Mas não foi o único termo que nomeou a raça ao longo do tempo. Este termo é distinto de "cane da camera", que servia para identif**ar os cães de presa que eram mantidos como cães de guarda. No passado recente, a sua distribuição foi limitada apenas a algumas regiões do sul da Itália, especialmente à Basilicata, Campânia e Puglia.
O cane corso é um cão de presa, usado no controle de bovinos e suínos, e também na caça de javalis. Os cane corsos eram utilizados para guardar propriedades e o gado contra ladrões e predadores, e alguns continuam a ser utilizados para este propósito ainda hoje. Historicamente têm sido também utilizados por guardas noturnos e vigilantes, e como cães de combate, e, no passado, por carroceiros como condutores de gado. Num passado ainda mais distante, esta raça era comum por toda a Itália, servindo como um grande testemunho iconográfico e histórico da região.
Com as guerras mundiais e a mudança de vida nas zonas rurais do sul da Itália no século XX, o cane corso começou a tornar-se cada vez mais raro. Um grupo de entusiastas, liderados por Paolo Breber, "descobriu" a raça esquecida e começou a recuperá-la reunindo os últimos exemplares, para trazê-la de volta a partir da sua quase extinção, no final dos anos 1970.
Alguns dos criadores pioneiros atestam que após o início da recuperação da raça, alguns novos criadores utilizaram-se de mestiçagens para desenvolver cães de acordo com suas preferências pessoais, sem se preocupar com a preservação da genética da raça em sua essência original ou com a sua saúde e funcionalidade. E por consequência surgiram cães com características não naturais da raça, à exemplo do prognatismo, que teria sido adquirido com a mescla com Boxer e Dogue de bordeaux. Sobre este tema, Federico Lavanche, um criador purista de cane corso, cita:
Em 1994, a raça foi totalmente aceita pelo Kennel Club Italiano (ENCI) como a 14ª raça de cães italiana. Um cão macho chamado Basir foi considerado como exemplo ideal da raça e progenitor do cane corso moderno.
A FCI provisoriamente aceitou o Corso em 1997 e, dez anos depois, oficializou o reconhecimento internacionalmente.
Nos EUA, o American Kennel Club (AKC) reconheceu o cane corso apenas em 2010. A popularidade da raça continua a crescer nos Estados Unidos o classif**ando em 50º lugar das raças mais populares em 2013, dando um salto do 60º lugar alcançado em 2012. E está agora em 40º lugar entre as raças registradas no AKC.
Características:
O cane corso é um cão molosso de tamanho médio para grande, que está de perto relacionado com o Mastim Napolitano e o Cane da presa meridional, outras duas raças italianas.
É robusto, vigoroso e elegante com músculos esguios e poderosos.
Tamanho
Segundo o padrão oficial da raça pela FCI (Fédération Cynologique Internationale) e sua filial no Brasil (CBKC), os machos devem ter idealmente entre 64-68 cm à altura da cernelha e as fêmeas entre 60-64 cm, ambos com tolerância de 2 cm para mais ou para menos. O peso deve ser proporcional ao tamanho destes cães, variando entre 45 e 50 kg para os machos, e entre 40 e 45 kg para as fêmeas. O aspecto geral deve transparecer potência e equilíbrio com capacidade atlética.
Cabeça
A cabeça é larga e tipicamente molossóide. O crânio é largo ao nível dos arcos zigomáticos. O stop é bem definido. O nariz é sempre preto. O focinho é forte e quadrado, mais curto que o crânio, aproximadamente de proporção 2:1. Os maxilares são largos com leve prognatismo inferior, que não deve superar 5 milímetros.
Olhos:
Os olhos são de tamanho médio. Os olhos bem escuros são preferidos, no entanto, a cor dos olhos tende a ser semelhante a cor do pelo.
Orelhas e Cauda
Hoje, as atualizações realizadas no padrão oficial da raça pedem cães com orelhas e cauda naturais.
Porém, historicamente as orelhas são cortadas curtas em triângulos equiláteros que f**am eretos, contudo, como a conchectomia (corte de orelhas) já não é permitida em muitos países, o Cane Corso com orelhas naturais está a tornar-se mais comum.
A cauda do Cane Corso é tradicionalmente cortada, razoavelmente comprida, na 4ª vértebra. Mas com as alterações nas tendências de cirurgias estéticas para cães e atualizações no padrão da raça, muitos Cane Corsos têm agora as caudas naturais.
Com a proibição do corte de orelhas e de cauda no Brasil pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, alguns criadores brasileiros optam por levar seus cães para realizar o procedimento em outros países próximos, como a Argentina, onde é permitido, ou mesmo optam por realizar o procedimento clandestinamente no Brasil através de profissionais que desobedecem a proibição de forma velada.
As orelhas não-cortadas devem ser de tamanho médio, triangulares e pendentes. A cauda íntegra é de inserção relativamente alta, muito grossa na raiz. Em movimento, a cauda é portada alta, mas nunca ereta ou enrolada.
Cor:
O Cane Corso apresenta-se com pelagem preta, variações de cinza, fulvo claro e escuro, vermelho-cervo e variações de tigrado. Uma pequena mancha branca é aceitável no peito, pontas dos dedos e sobre a cana nasal.
Temperamento:
O Cane Corso não é recomendado para donos inexperientes ou sem firmeza. Como todo cão, especialmente os de guarda, ele requer forte liderança e adestramento. É tipicamente um guardião de propriedades, do gado e da família.
O seu instinto natural é ser desconfiado com estranhos e por esta razão é considerado compatível para função de guarda. Idealmente, o Cane Corso deve ser indiferente quando abordado e deve apenas reagir de um modo protetor quando uma ameaça real estiver presente.
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