30/06/2021
➡ CRMV-RS lança campanha de conscientização sobre Esporotricose
Após receber um comunicado da Vigilância Ambiental de Sapucaia do Sul sobre uma epidemia de Esporotricose no município, o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-RS) criou uma campanha institucional para conscientização da população sobre a enfermidade. Trata-se de uma doença fúngica, causada pelo Sporothrix spp. que acomete cães, gatos e outras espécies, incluindo os humanos.
Mais comum entre os felinos que têm acesso à rua, a infecção se dá pelo contato deles com o solo ao enterrar as fezes, com vegetais secos ao afiar as unhas e por arranhões e mordidas provocados por brigas. “Muitas doenças dos animais, inclusive as de pele, podem ser transmitidas ao homem. Sempre que encontrar uma lesão no seu bichinho, procure um médico veterinário. Ao cuidar da saúde do seu pet, você está cuidando da sua. O médico veterinário não cuida só dos animais, ele é um agente de saúde pública”, afirma a presidente do CRMV-RS, Lisandra Dornelles.
Conforme dados da Vigilância Ambiental de Sapucaia do Sul, de agosto de 2020 até junho de 2021 foram registrados 44 casos em felinos e 11 em pessoas. Segundo a médica veterinária residente em vigilância em saúde, Carolina Schell, como a doença não é de notif**ação obrigatória, o número de casos tende a ser muito maior e a epidemia estar presente em outros municípios próximos a Sapucaia.
A Esporotricose é transmitida principalmente dos gatos doentes para os humanos, através de arranhões e mordidas. Mas, ao contrário do que parece, A CULPA NÃO É DO GATO, mas sim de quem deixa que ele passeie solto pelas ruas. Uma simples voltinha pode trazer vários prejuízos ao animal, entre eles, contrair Esporotricose, pois f**a exposto a brigas com outros gatos e a outras fontes de infecção como solo e vegetação que contenham o fungo em sua superfície. Portanto, manter o gato domiciliado é crucial para que a doença não se alastre.
As lesões de pele causadas pelo Sporothrix spp não passam despercebidas: têm aspecto de nódulo avermelhado e ulcerado especialmente em região de face e patas dianteiras, que não cura, não dói e não coça. Em alguns animais ocorre uma lesão semelhante a um “nariz de palhaço” na região do focinho. Caso identifique alguma lesão semelhante no seu cão ou gato procure orientação de um médico veterinário. Lembrando que, além da pele, a doença pode acometer os pulmões.
Em humanos as lesões têm quatro apresentações: cutânea com lesões em mãos e braços, linfocutânea com pequenos nódulos, seguindo o trajeto do sistema linfático (lesão em “rosário”) que é a mais comum, extracutânea em ossos, mucosas, sem comprometimento da pele e disseminada em vários órgãos como pulmão, ossos e fígado.
A prevenção começa pela atitude dos tutores ao não deixarem seus gatos “passearem” pelas ruas. Caso o animal adoeça, deve ser mantido isolamento e em tratamento até dois meses após a total cura clínica. Não é indicada a internação de gatos positivos. Veterinários e tutores que manuseiam gatos infectados podem contrair a infecção, portanto, recomenda-se o uso de luvas descartáveis ao manusear gatos com qualquer tipo de nódulo ou úlcera na pele.