28/11/2016
Novembro azul! 😊
Glândula Prostática (Próstata)
No novembro azul damos uma atenção especial ao câncer de próstata e de outras doenças que acometem os homens.
Na medicina veterinária não é diferente. Vejamos algumas aplicações ultrassonográficas e as principais funções e alterações deste órgão que ainda é um mito entre os homens.
A glândula prostática está presente em todos os mamíferos, sendo mais importante no homem e no cão, devido à frequência de moléstias que acometem essas espécies (Leav e Gerald, 2006). As afecções da próstata atingem cães machos de meia-idade a idosos, aparentemente sem predileção racial (Barsanti e Finco, 1992).
Dentre as prostatopatias, a hiperplasia prostática benigna é a alteração mais comum, sendo que aproximadamente 100% dos cães não castrados, durante o avançar da idade, desenvolvem evidências histológicas de hiperplasia (Cury et al., 2006). Além da hiperplasia prostática benigna, destacam-se a metaplasia escamosa, as prostatites bacterianas (aguda ou crônica), os cistos prostáticos e paraprostáticos, os abscessos e as neoplasias. Teske et al. (2002) estudaram 225 cães com prostatopatias e diagnosticaram 57,1% dos cães com hiperplasia prostática benigna, enquanto 19,3% apresentaram prostatite e 13% apresentaram neoplasias. Estudos realizados por Mukaratirwa e Chitura (2007), com 500 cães machos portadores de alterações prostáticas, em condição subclínica, evidenciaram a prevalência de 44,8% de hiperplasia prostática benigna, 23,6% de prostatite e 3,6% de neoplasias. Alves et al. (2010) avaliaram histologicamente a próstata de 30 cães adultos e idosos sexualmente intactos e verificaram que a hiperplasia prostática benigna constituiu o diagnóstico mais comum, correspondendo a 85,6%, seguida por prostatite crônica, 64,3%, displasia do epitélio glandular, 42,8%, atrofia do epitélio glandular, 39,3%, infiltrado inflamatório focal, 25%, dilatação glandular focal, 21,4%, prostatite aguda, 7,1%, metaplasia escamosa, 3,6%, metástase de neoplasia sistêmica, 3,6%, e abscesso prostático, 3,6%.
O diagnóstico das afecções prostáticas é baseado na presença de sinais clínicos, na detecção de alterações anatômicas durante a palpação retal, nos exames radiográficos e principalmente ultrassonográficos, bem como na utilização dos exames citológico e histológico, que são considerados importantes métodos para a distinção das afecções.
As principais indicações de exames ultrassonográficos em cães e gatos são:
• Infecções urinárias recorrentes ou crônicas;
• Hematúria (presença de sangue na urina);
• Disúria (dor ou ardor ao urinar);
• Disquesia (dor ou dificuldade de defecar);
• Aumento da próstata;
• Febres de origem desconhecida;
• Dor abdominal;
• Orquite (inflamação dos testículos);
• Hemospermia (presença de sangue no es***ma).
Quanto às neoplasias prostáticas, a alta incidência de malignidade destas no homem tem aumentado o uso de marcadores teciduais para detecção precoce para este tipo de câncer; sendo assim, esses antígenos apresentam significado no diagnóstico no homem (Leroy e Northrep, 2009). O cão, semelhante ao homem, é a única espécie que desenvolve espontaneamente a hiperplasia prostática e o adenocarcinoma, porém, no cão, as neoplasias são mais agressivas e invasivas. Por isso, o diagnostico e castração precoce tem sido as melhores ferramentas no combate a essas doenças.