13/02/2022
Toxoplasmose: o gato não é vilão para a doença.
Por uma questão cultural, os gatos são os animais domésticos que mais sofrem com os mitos e preconceitos da sociedade, principalmente os que envolvem a contaminação pela toxoplasmose. Começando pelo lado afetivo, é comum escutarmos, em rodas de conversa, coisas como “gatos não gostam de seus donos” ou que “gatos são traiçoeiros”. Quando o assunto é saúde, diversas doenças costumam ser associadas aos bichanos. Uma delas é a toxoplasmose.Causada pelo parasita Toxoplasma gondii, trata-se de uma zoonose que dificilmente é transmitida diretamente dos gatos para as pessoas. O perigo está no contato com as fezes contaminadas do felino e no consumo de água contaminada e alimentos mal lavados ou mal cozidos. As principais vias de transmissão da doença são: via oral (por meio de alimentos contaminados); e congênita (transmitido de mãe para filho durante a gestação). São raros os casos de transmissão por inalação de aerossóis contaminados, inoculação acidental, transfusão sanguínea e transplante de órgãos.
Popularmente conhecida como a “doença do gato”, a toxoplasmose recebeu essa associação devido ao ciclo do parasita, no qual os felinos são os únicos hospedeiros definitivos. Diferente do que muitos pensam, estima-se que somente 10 a 15% dos gatos carreguem o parasita. Geralmente, os bichanos são contaminados devido a ingestão de carne de aves e roedores. Por isso, gatos que se alimentam de ração e que vivem em casa ou apartamento, sem acesso à rua, dificilmente poderão contrair a toxoplasmose.
A principal medida de prevenção da toxoplasmose é a promoção de ações de educação em saúde, principalmente em mulheres que estão em idade fértil e pessoas com imunidade comprometida. Em todos os casos, a orientação é que os pacientes não utilizem medicamentos sem indicação médica e procurem atendimento para realizar o tratamento adequado.