17/12/2023
Realmente a Prefeitura de Piracicaba segue na contra mão do Bem Estar Animal, demonstrando que não tem o menor conhecimento técnico na área e continua improvisando e permitindo palpites e interferências indevidas; propondo ações que apenas trazem visibilidade momentânea e eleitoreira para alguns políticos às custas dos animais abrigados no CCZ.
Esse tipo de ação vai contra todos os princípios de estudos de Bem estar animal, inclusive criticado por ONGs reconhecidas internacionalmente por motivos óbvios.
O que a princípio pode parecer uma ação positiva aos olhos dos mais desavisados e que se deixam tocar pelo discurso protetivo, trazem em sua sequência sérios problemas aos animais que são inseridos nesse tipo de ação.
A ineficiência que o CCZ apresenta em não conseguir doar os animais durante todo o ano, os leva a ações desordenadas e até irresponsáveis como essa, tentando se utilizar de forma apelativa da época do Natal para tentar efetivar doações que
estão longe de serem adoções conscientes e responsáveis como sempre deveriam ser, pois dessa forma a adoção é realizada por impulso e muitas vezes pelo espírito condescendente que esse período tem.
Esse tipo de ação, deveria ter por Lei a obrigatoriedade de ser transparente com apresentação pública de gastos e resultados posteriores sem mascararmento,
assim como as tais feirinhas para que a população pudesse estar à par e avaliar se foram efetivas ou não no que se refere ao propósito principal e também saber sobre o pós doação para se ter certeza que o animal ficou e está bem física e emocionalmente.
Ocorre que um animal que teve vivência de rua e está abrigado a anos e acostumado a uma rotina e permanência na baia por longos períodos, encontra-se emocionalmente instável e distante do contato afetivo humano, pois no CCZ hoje não se tem como pratica esse tipo de trabalho, por mais que se tente falar que sim.
Aí tira-se esse animal de sua rotina conhecida sem a menor preparação e o coloca em uma família por três ou quatro dias em um momento em que toda a família está voltada aos preparativos das festas de fim de ano e não no animal, ou seja, o cão f**ará perdido em meio a esse contexto festivo e de muita gente, relegado a uma simples e até sincera "boa ação", porém o risco de se ter uma experiência profundamente negativa tanto para a família como principalmente para o animal é muito grande, pois ele não conhece e não sabe lidar com limites, rotina ou regras familiares, nem mesmo sabe atender a comandos simples.
Agrava-se o fato de que depois de passar esses dias de " conto de fadas" ele, na grande maioria dis casos, será devolvido ao mesmo local de onde saiu e vive a anos e, acreditem no que as pesquisas e a experiência técnica tristemente constatou que esses animais que são retirados sem o devido preparo se sentem aliviados quando retornam para sua rotina conhecida e essas ações só servem para estressar esses animais, reafirmando a sua condição de abandono, pois parte dos animais que retornam entram em um estado depressivo e demoram a se reorganizar emocionalmente.
Ou seja, o que aparentemente pode parecer uma ação positiva, na verdade para a maioria dos animais que irão retornar para o CCZ e não serão adotados,
*NÃO SERÁ UMA BOA EXPERIÊNCIAS.*
E nesses casos, para esses animais que retornam, não vale a tentativa de discurso fácil que está visível no que na verdade é uma *propaganda política* às custas dessas criaturas já bastante sofridas.
A avaliação e o raciocínio desse tipo de ação agora f**a nas suas mãos.
Vale a pena?