30/10/2017
O "populismo" do MBL e o nascimento de uma ultra-direita
O MBL sabe perfeitamente que não pode vencer debates com a esquerda a respeito de temas como a reforma da previdência, trabalhista ou mesmo a permanência de Temer. Sua estratégia então consiste em apelar para os preconceitos e impulsos mais baixos da natureza humana, como o ódio a comunidade gay, aos negros ou estrangeiros. Forçada então a responder aos ataques, o MBL impoe a esquerda, por coerência com valores, a defender, por argumentos racionais, aquilo que larga parte da população se opõe.O MBL então exibe isso como uma "prova" que, de fato, uma entidade mitológica fictícia chamada de esquerda está encobrindo algum plano secreto maligno.
No melhor estilo, então, de demonização do adversário, o MBL recorre ao conhecido argumento ad hominem: não interessa O QUE é dito, mas QUEM disse. Ou seja, o "perigo vermelho", como já ocorria nos regimes fascistas ou na caça as bruxas dos EUA, não tem relação com o que a esquerda alega ser, mas com sua "agenda oculta", ameaçando seja lá o que for."os valores ocidentais", "a família brasileira".Identif**ar e aniquilar esse inimigo se torna a maior prioridade.
O MBL e outros grupos de direita (como as páginas do Bolsonaro), também deliberamente escolhem a dedo um alvo mais fácil para atacar: um exemplo simples é o criador do canal "MamãeFalei". Para denunciar a "burrice da esquerda", ele não procura professores universitários de esquerda, líderes sindicais, o que for, e sim jovens menor de idade.(bom lembrar que, durante os protestos de 2015, a esquerda fez algo idêntico expondo uma adolescente que participava dos protestos).Trata-se da falácia do espantalho:não é a esquerda que exibe seus argumentos e então é contestada: o MBL, explicitamente "fabrica" ele mesmo uma "esquerda" e então a ataca, usando para isso teorias de conspiração (que brotam junto a da terra plana e da Globo ser de esquerda).A semelhança com o nazismo aqui, é imensa.
Por fim, as "provas" não se baseiam mais na evidência do que o atacado fez, mas o que, na visão intolerante, o atacado PODERIA fazer. Exemplo: para incriminar um grupo anarquista, recentemente, em Porto Alegre, um delegado da polícia civil, com total cumplicidade e aplausos da imprensa corporativa, alegando que garrafas PET seriam para fazer molotovs. Mas por que o uso delas seria esse, e não outro qualquer? Ora, f**a implícito: porque são anarquistas, é sua "ideologia" mesmo "explodir coisas".Para efeitos comparativos, isso seria o mesmo que, ao se encontrar armas na casa de um militar aposentado, se afirmar: é para matar esquerdistas. Mas por que? "Ora, é porque é da 'ideologia' dos militares 'querer matar esquerdistas'".
Em suma, trata-se de uma nova "direita", e, consequentemente, urge a esquerda descobrir novas armas para enfrentá-la.
https://www.facebook.com/fsmautonomo/photos/a.206179749724948.1073741828.205911323085124/529021447440775/?type=3
O "populismo" do MBL e o nascimento de uma ultra-direita
O MBL sabe perfeitamente que não pode vencer debates com a esquerda a respeito de temas como a reforma da previdência, trabalhista ou mesmo a permanência de Temer. Sua estratégia então consiste em apelar para os preconceitos e impulsos mais baixos da natureza humana, como o ódio a comunidade gay, aos negros ou estrangeiros. Forçada então a responder aos ataques, o MBL impoe a esquerda, por coerência com valores, a defender, por argumentos racionais, aquilo que larga parte da população se opõe.O MBL então exibe isso como uma "prova" que, de fato, uma entidade mitológica fictícia chamada de esquerda está encobrindo algum plano secreto maligno.
No melhor estilo, então, de demonização do adversário, o MBL recorre ao conhecido argumento ad hominem: não interessa O QUE é dito, mas QUEM disse. Ou seja, o "perigo vermelho", como já ocorria nos regimes fascistas ou na caça as bruxas dos EUA, não tem relação com o que a esquerda alega ser, mas com sua "agenda oculta", ameaçando seja lá o que for."os valores ocidentais", "a família brasileira".Identif**ar e aniquilar esse inimigo se torna a maior prioridade.
O MBL e outros grupos de direita (como as páginas do Bolsonaro), também deliberamente escolhem a dedo um alvo mais fácil para atacar: um exemplo simples é o criador do canal "MamãeFalei". Para denunciar a "burrice da esquerda", ele não procura professores universitários de esquerda, líderes sindicais, o que for, e sim jovens menor de idade.(bom lembrar que, durante os protestos de 2015, a esquerda fez algo idêntico expondo uma adolescente que participava dos protestos).Trata-se da falácia do espantalho:não é a esquerda que exibe seus argumentos e então é contestada: o MBL, explicitamente "fabrica" ele mesmo uma "esquerda" e então a ataca, usando para isso teorias de conspiração (que brotam junto a da terra plana e da Globo ser de esquerda).A semelhança com o nazismo aqui, é imensa.
Por fim, as "provas" não se baseiam mais na evidência do que o atacado fez, mas o que, na visão intolerante, o atacado PODERIA fazer. Exemplo: para incriminar um grupo anarquista, recentemente, em Porto Alegre, um delegado da polícia civil, com total cumplicidade e aplausos da imprensa corporativa, alegando que garrafas PET seriam para fazer molotovs. Mas por que o uso delas seria esse, e não outro qualquer? Ora, f**a implícito: porque são anarquistas, é sua "ideologia" mesmo "explodir coisas".Para efeitos comparativos, isso seria o mesmo que, ao se encontrar armas na casa de um militar aposentado, se afirmar: é para matar esquerdistas. Mas por que? "Ora, é porque é da 'ideologia' dos militares 'querer matar esquerdistas'".
Em suma, trata-se de uma nova "direita", e, consequentemente, urge a esquerda descobrir novas armas para enfrentá-la.