21/06/2018
Ai, ai, o coração... ❤️
É dele a função primordial de garantir que todos os órgãos sejam nutridos e possam funcionar adequadamente. Para isso ele tem de ser esse guerreiro incansável, trabalhar 24 horas por dia sem reclamar, bombeando o sangue que nutre todas as células do corpo, sem nunca falhar.
Mas e quando é o coração que f**a doente?
Como anestesiar com segurança um paciente que tem um problema justamente no órgão responsável por manter vivos todos os demais?
Parece impossível?
Não é. E agora você vai entender porquê.
Primeiramente, temos que lembrar que as doenças cardíacas, em sua grande maioria, são alterações crônicas, que evoluem com o passar do tempo, ao longo de meses ou anos. Como resultado o organismo lança mão de processos adaptativos que tentam controlar as alterações e retardar o agravamento da doença. Embora esses mecanismos adaptativos sejam ef**azes no curso inicial da patologia, com o tempo eles se tornam insuficientes e até mesmo deletérios, momento no qual passa a se fazer necessário o uso de medicações, responsáveis por tentar suprir as deficiências do coração e restaurar o equilíbrio perdido. Isso explica porque encontramos animais com a mesma doença cardíaca recebendo diferentes protocolos medicamentosos, ou mesmo sem tomar nenhuma medicação. Tudo se deve às diferentes necessidades de tratamento nos diferentes estágios da doença.
Mas qual a relação disso tudo com a anestesia?
Vamos lá....
Para nossa alegria, a maior parte dos animais evolui lentamente em suas doenças, de modo que normalmente nossos pacientes encontram-se em estágios iniciais ou moderados, mas com um bom controle medicamentoso. São pacientes que requerem cuidados especiais na anestesia, exigem um grau de atenção elevado e um profundo conhecimento tanto dos fármacos anestésicos quanto da fisiologia da doença. Contudo o risco anestésico desses animais geralmente difere muito pouco em relação a pacientes saudáveis. Por outro lado, mesmo animais com doenças cardíacas em estágios mais avançados, quando adequadamente estabilizados, podem passar por procedimentos anestésicos com níveis elevados de segurança, desde que cuidadosamente monitorizados e tratados.
É importante ressaltar, entretanto, que a única forma confiável de diagnosticar e classif**ar o estágio da doença cardíaca se dá por meio da realização de exames complementares específicos, sendo atualmente os mais utilizados a ecocardiografia e a eletrocardiografia. Sua realização é imprescindível à segurança anestésica, visto que várias vezes as doenças cardíacas são silenciosas e só cursam com sinais clínicos nos seus estágios mais avançados.
Assim, com atenção e cuidado, pacientes cardiopatas normalmente podem ser anestesiados com altos níveis de segurança. Converse com seu veterinário de confiança e solicite a presença de um anestesista especializado.
Conheça nosso serviço em www.lanuchamoura.com.br
MV Lanucha Moura
CRMV 9069
Mestrado em Anestesiologia Veterinária
Especialização em Cardiologia Veterinária (em andamento)