Eduardo Miguel teve sua primeira experiência com aquários de água doce e depois se aventurou em água salgada, em uma época em que o aquarismo marinho estava mais para desafio do que para um hobby – década de 1970. Em 1980, Eduardo iniciou a criação de pequenos peixes ornamentais, não muito tempo depois, por uma soma de curiosidade e sorte, conheceu o acará-disco selvagem. Fascinado com a forma, im
ponência e beleza dessa espécie, diferente de tudo que vira em termos de água doce e galgando a beleza do aquário marinho, Eduardo foi “fisgado”. Na década de 1980, montou seus primeiros aquários de discos e iniciou sua participação nesse hobby. Com a superação de um desafio após o outro, experiências positivas e negativas, aprendeu na prática muitas das peculiaridades dessa espécie. Enquanto hoje temos fácil acesso às informações em uma breve pesquisa no Google, na época não havia nada, absolutamente nada sobre o assunto a não ser a experiência dos aventureiros. No ano de 1988, Eduardo tomou uma decisão, ele sabia que, para conseguir progredir com seus estudos sobre o acará-disco, precisava somar todos esforços e tempo que tinha disponível. Ele estava determinado a criar exclusivamente acará-discos, iniciando a criação com discos selvagens. As perguntas se multiplicavam, à medida que seus estudos e experiências geravam acertos e erros. A busca por informações era crescente, mas não havia nenhuma à disposição no país. Como o leitor deve ter imaginado, Eduardo foi até onde as informações estavam. Fez suas primeiras viagens para o exterior, tendo a oportunidade de conhecer muitas variantes raras, instalações e criadores renomados que, já naquela época, estavam décadas a nossa frente. Desde o início, a curiosidade foi a fonte propulsora que lhe permitiu buscar cada vez mais informações, aprender sobre a anatomia e fisiologia da espécie, condições ambientais favoráveis, conhecer e aperfeiçoar novas técnicas de reprodução e tratamento de doenças. Este acúmulo de conhecimento, permitiu que Eduardo transformasse uma paixão em profissão, assim surgiu a Empresa Acaradiscus. Os anos viraram décadas, lindas colorações foram introduzidas no mercado brasileiro e a Acaradiscus participou destes momentos, sendo uma das responsáveis pela introdução do Red Malboro e Yellow Face Malboro no Brasil. Todos estes fatores juntos permitiram que o acará- construísse uma legião de fãs dentro do aquarismo. Depois de tudo isso, o mais incrível é poder dizer que esta espécie e tudo que a cerca ainda reserva muito para nos ensinar.