26/04/2022
A raça Dorper surgiu na década de 30 e tem como principais características a alta fertilidade e o bom comprimento do corpo, que é coberto por pelo curto e lã, além de apresentar a cabeça preta. Essa raça tem atendido uma extensa área no Brasil, devido ao fato de se adaptar muito bem às condições climáticas e à alimentação disponível em nosso território. Além das características já citadas, a Dorper mostra uma boa resistência, taxas excelentes de reprodução e crescimento, alta habilidade materna e facilidade de manejo, o que faz com que, no momento, a raça viva uma revolução no cenário brasileiro.
Por se tratar de um ovino estritamente criado a pasto, esse animal traz muitos lucros bem como demanda pouco investimento por parte do criador. Com isso, ele torna-se um animal muito eficiente, pois come pouco e produz muito. Outro benefício da raça é que ela não requer tosquia, o que favorece aos pequenos produtores que não contam com uma vasta mão-de-obra.
Quanto as vantagens de se criar esta raça, tem-se que o cordeiro Dorper cresce muito rápido, alcançando um peso elevado ainda no desmame, o que garante um retorno financeiro considerável ao criador de ovinos tipo carne. Com uma idade de 3 a 4 meses, o cordeiro dessa raça alcança aproximadamente 36 Kg, o que resulta em uma carcaça de 16 Kg de qualidade. Lembrando que este peso leva em conta o alto potencial de crescimento, que é inerente ao cordeiro Dorper, associado à sua habilidade de pastar precocemente.
Quanto à reprodução, a raça é fértil e a porcentagem de ovelhas gestantes depois de uma estação de m***a é alta. Sendo assim, essa raça é considerada precoce no quesito sexual. Algumas ovelhas têm a capacidade de exibir o estro a partir dos seis meses, sendo o intervalo entre os partos de aproximadamente oito meses. Quando criados em boas condições de pastagens e manejos, as ovelhas podem parir até três vezes em dois anos. Quanto aos machos, eles são capazes de fertilizar as fêmeas com idade ainda mais jovens, aproximadamente aos 112 dias.
A gestação das ovelhas dura em média 5 meses, por isso devem permanecer no pasto no período da cobertura até 45 dias antes do parto, sendo importante, depois disso, que elas sejam levadas até o confinamento. Nesse período, é necessário fornecer uma alimentação rica em energia ( milho com capim, ou feno ou silagem), pois dessa forma, além de alimentar a ovelha, o produtor estará alimentando também o cordeiro que irá nascer pesado e sadio.
Ao nascimento, os cordeiros deverão encontrar sempre uma cama limpa, que irá garantir, além da limpeza feita pela própria mãe, que irá lambê-lo, um crescimento livre de infecções. Da mesma forma, é fundamental que seja feita a cura do umbigo com uma porção de tintura de iodo a 10%. Antes da cura do umbigo, o produtor deve se certificar de que o cordeiro mamou o colostro nas primeiras quatro horas após o parto, caso contrário, morre no primeiro dia de vida.
Recomenda-se que as ovelhas fiquem, durante os primeiros 30 dias, 24 horas com os cordeiros, pois, após os primeiros 15 dias, eles já começam a procurar por alimentos sólidos por conta própria. Por isso, é importante que o cordeiro tenha acesso livre ao cocho privativo já que, desse modo, eles terão acesso a um alimento rico ( além de começar a desenvolver as bactérias do rúmen, necessárias ao desmame precoce).
Uma dica importante a ser dada aos criadores é que os reprodutores nunca devem ir a pasto, eles devem ficar o dia todo comendo um volumoso, ou mesmo uma pequena porção de concentrado, para que à noite possa efetuar as coberturas. Nesse tipo de manejo, um reprodutor tem a capacidade de cobrir de 2 a 3 ovelhas por noite.
Carne
É uma carne gordurenta, de sabor muito forte. No caso do Dorper o cordeiro jovem ganha em sabor e maciez, e não tem aquele ranço forte”. Além de verificar e padronizar o período de abate as carnes que receberem o selo de certificação também possuem acabamento de gordura padronizado.