03/04/2020
Afinal, o que é a esporotricose?
A esporotricose, também conhecida como doença da roseira, é causada por um fungo, chamado Sporothrix spp.
Existem três fases distintas de acordo com sua progressão:
Cutânea localizada: caracterizada por lesões nodulares avermelhadas individuais ou múltiplas na pele do animal.
Cutânea linfática: quando a infecção progride formando úlceras na pele e atinge o sistema linfático do animal.
Cutânea disseminada: quando a doença atinge um estado tão grave que todo o organismo do animal f**a afetado. As úlceras de pele tornam-se cada vez maiores e pode ocorrer a forma extra-cutânea, acometendo outros sistemas como articulações, ossos, pulmões.
É uma doença terrível, que pode acometer diversas espécies de animais, incluindo cães e gatos. Além disso, já foi descrita em equinos, bovinos, suínos, camelos e primatas. É também uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida de animais para humanos.
Os gatos são os mais suscetíveis à infecção, com evolução da doença de forma mais grave do que nas outras espécies, e podem disseminá-la para os seres humanos por razão da grande quantidade de Sporothrix spp. encontradas nas lesões destes animais e, principalmente, nas unhas e na cavidade oral. Em cães e equinos, é raramente encontrada.
O agente da doença, o próprio fungo, geralmente entra no organismo por meio de uma ferida na pele ou por pequenas lesões. Os principais locais onde são encontrados esse fungo são em plantas, nas cascas de árvores e espinhos, aproveitam estes locais para se proliferarem ao causar pequenos cortes nos bichanos que gostam de passear e brincar de arranhar árvores em jardins, assim facilitam a transmissão, que pode ocorrer também através do contato com objetos ou ambientes contaminados.
Regiões tropicais e sub-tropicais tem maior incidência de casos de esporotricose, pois o fungo precisa de umidade aliado à altas temperaturas para se replicar.
Como evitar
As formas de controle e prevenção da esporotricose devem ser baseadas na adoção de medidas higiênico-sanitárias visando reduzir os riscos de transmissão do fungo para outros animais e até mesmo os humanos. Assim, os animais doentes devem ser mantidos em isolamento e tratamento até a total cura clínica. Além disso, deve-se evitar o acesso de animais sadios e doentes a ambientes externos, evitando assim o contato com outros animais e com o ambiente que poderá estar contaminado com o fungo. Veterinários e pessoas que manuseiam gatos infectados estão sujeitos a contrair a infecção. Portanto, recomenda-se o uso de luvas descartáveis ao manusear gatos com qualquer tipo de nódulo ou úlcera na pele.
Vale lembrar que o gato é a espécie mais acometida e principal responsável pela transmissão, então ser um tutor responsável e controlar o acesso do seu bichano a ambientes externos, visitar de forma regular seu veterinário ou ao notar algum sintoma suspeito com certeza farão a diferença.
Sintomas da esporotricose
Nos animais, a forma mais comum da doença se manifestar é a cutânea. Geralmente aparecem lesões na pele e também em outras regiões como mucosas, pulmões, ossos, articulações e sistema nervoso central. As lesões na pele, chamadas de cancro esporotricótico, surgem principalmente na região da cabeça e nas extremidades das patas. Geralmente são feridas de forma nodular e avermelhadas que não causam dor e nem coceira, mas que costumam ser graves, pois não saram com antibióticos, pomadas ou qualquer outro tratamento convencional.
Alguns sintomas sistêmicos podem surgir como fraqueza, anorexia e febre. Nos cães e em humanos podem ocorrer também aumento dos linfonodos (gânglios).