05/04/2022
Vespa Velutina Ciclo Biológico - Comportamento e algumas Particularidades.
A Vespa Velutina é uma espécie exótica invasora, originária do Nepal, do norte da Índia, Indonésia, e do Sul da China. A vespa velutina diferencia-se dos outros vespídeos autóctones da europa como a crabro pela sua muito elevada capacidade reprodutiva, dimensão e visibilidade dos seus ninhos e pela rapidez com que ocupam o território.
A velutina entrou na Europa em 2003/2004, por França, através do Porto de Bordéus, vinda da China em contentores de cerâmica de bonsais com rainhas em estado de hibernação.
A partir daí espalhou-se pela Bélgica, Alemanha, Reino Unido, Suíça, Itália, Espanha e Portugal. Em 2005, O entomologo francês, Lepeletier identificou-a como Vespa Velutina (Nigrithorax) conhecida no seu habitat natural, ilha de Java, Indonésia.
Em 2010, Chegou à Espanha, através de Cantábria e País Vasco.
Em 2011, Chegou à Galiza, pelas provincias de Lugo e Pontevedra.
Em 2012 Chegou a Portugal, por Viana do Castelo, vinda num carregamento de madeira de uma empresa associada à Celnorte, de Marin - Pontevedra.
Ciclo Biológico
Fevereiro/Março - As rainhas emergem da hibernação e cada uma vai construir a volta do embrião um ninho primário, iniciam a postura da primeira dezena de ovos, fazem a sua colónia, vão à procura de alimentos à base de hidratos de carbono, néctar ou elementos açucarados, e durante este período conquistam novos territórios para nidificar.
A partir da Primavera a rainha fundadora deixa de sair, e depois quando o ninho atinge o tamanho ideal para formar uma colónia suficientemente grande, a rainha toma a decisão e emite ordens às obreiras para construírem um ninho num lugar mais alto e mais protegido, normalmente em árvores acima dos 10 metros altura. Estes ninhos definitivos podem atingir grandes dimensões, podendo albergar colónias entre 10 e 50 mil vespas, dependendo das condições a nível de água, alimentos e apiários num raio de 500 metros, á volta do ninho.
A partir do momento que o ninho definitivo esteja construído a rainha fundadora deixa o ninho primário, e muda-se para o ninho definitivo com algumas obreiras. Entretanto, no ninho primário ainda ficam algumas obreiras a trabalhar até tirar todos os ovos. E só depois é que abandonam e vão para o ninho definitivo para aumentar o ninho, saindo à procura de alimentos para as larvas e extrair das plantas fibra celulose que amassam com água para aumentar do ninho definitivo.
Em Abril/Maio - Nascem as primeiras obreiras que depois vão construir ninhos definitivos em zonas altas e mais protegidas, extraindo das plantas a fibra celulose que depois amassam com água.
Em Abril - Começam os primeiros ataques às colmeias.
Entre Maio/Agosto - As obreiras continuam a construção do ninho definitivo, alimentam toda a colónia, durante o Verão e até o Outono vão aumentando o tamanho do ninho.
Em Agosto é quando se verificam os ataques em massa às colmeias.
Entre Julho e Outubro - Os ninhos desenvolvem-se muito rápido, chegando a atingir entre os 90/140 cmts. Um período que coincide com o maior impacto de predação de insetos, em particular abelhas nos apiários, utilizados para alimentar as larvas em desenvolvimento.
Em Setembro a rainha fundadora desce à zona inferior do ninho para os pratos dos primeiros favos onde põem os ovos das fêmeas que serão as futuras rainhas fundadoras, e dos machos que as irão fecundar.
Em Setembro/Outubro - O máximo de vespas machos começam a fecundação da qual sairão as futuras rainhas fundadoras do ano seguinte, e nos finais de Outubro inícios de Novembro, as futuras rainhas fecundadas abandonam o ninho para hibernar nas rochas, solos, buracos e nos troncos das árvores.
As rainhas a partir do momento que se convertem em abelhas saiem dos ninhos para comer, engordar e acasalar até adquirir reservas e es***ma suficiente de diferentes machos para fazer a sua combinação genética.
Em Outubro/Novembro - A colónia deixa de estar ativa, a rainha fundadora e as obreiras ficam no ninho até à sua morte e os ninhos acabam por se autodestruir.
As vespas entram em estado de hibernação em finais Outubro até os principios de Março. Entretanto, entre as vespas obreiras há umas supostas rainhas, classificadas de diutinas pelo entomólogo Lolo Andrade, que não passam de hemafroditas, assumem o papel de rainhas porque conseguem fecundar, mas que só reproduzem machos e acabam por morrer. Por isso conseguem manter os ninhos ativos pelo inverno adentro, e como deixam de voar, pq não precisam de ir á procura de alimentos para as larvas, não voando não desgastam as asas e por conseguinteis não morrem tão cedo, alargam o seu ciclo de vida e mantêm ativos os ninhos durante muito mais tempo do normal.
Há duas épocas do ano, primavera e outono em que tudo que voa são rainhas fundadoras, são dois bons momentos para preparar armadilhas e capturar as rainhas. Por cada rainha fundadora capturada eliminamos 25 mil obreiras no verão.
Entre Outubro e Dezembro, as rainhas fundadoras morrem e os ninhos diminuem a sua actividade, entrando num processo de degradação por falta de vespas, as quais vão morrendo até os ninhos ficarem abandonados.
Em geral os ninhos não são reocupados de novo, no ano seguinte.
As obreiras medem entre : 2,5/3 cts As rainhas entre : 3/4 cmts
Têm as patas amarelas no seu extremo - E as asas são de cor fumada
São predominante Pretas - Cabeça laranja vista de frente - Tórax Negro
Fina linha amarela entre o 1 e 2 segmento Abdominal e 4 segmento abdominal amarelo Terminação escura
75% dos ninhos são construídos em árvores acima dos 10 mts -
10% Em edifícios
15% Em Sebes e em tudo o que se possa imaginar.
Os ninhos são esféricos ou em forma de pêra, com uma pequena entrada lateral
Ninhos primários, medem entre: 5/10 cts – Definitivos:20/30, podendo chegar aos 80/140 cts
Quando um ninho não é bem eliminado, podem surgir ninhos secundários construído pelas obreiras que sobreviveram. São raros os casos, mas pode acontecer.
Como é que podemos diferenciar uma Rainha Fundadora das obreiras e dos machos? Esmagámos uma e abrimos o abdómen. Se estiver cheio ou vazio é macho ou obreira. Se estiver cheio de massa branca ou clara, é a gordura e o es***ma dos machos, neste caso É uma Rainha.
A velutina é uma espécie exótica invasora que provoca terríveis efeitos negativos em 3 áreas distintas: Ambiente/Biodiversidade – Saúde Pública - Apicultura.
Casa Verde, Agricultura e Jardins, Lda.